Um conselheiro do Ministério da Saúde italiano pediu que as restrições para combater a Covid-19 fossem drasticamente 'apertadas' para que se evite uma "trágedia nacional", após o Instituto Nacional de Estatísticas (ISTAT) ter divulgado que o número de mortes este ano seria o mais alto desde a Segunda Guerra Mundial.
Walter Ricciardi, conselheiro do ministério de Roberto Speranza, disse que o governo, que está a considerar 'apertar' as restrições durante o Natal e o Ano Novo, deve fechar totalmente as cidades principais.
Numa entrevista ao La Stamp, o conselheiro referiu que Roma tem estado "constantemente atrasada" na resposta à segunda vaga do vírus.
Itália reportou 846 óbitos na terça-feira, elevando o total acumulado de mortes para 65.857, o quinto mais alto no mundo.
De acordo com a Reuters, o chefe do ISTAT indicou que o número de mortes em Itália, este ano, ultrapassará os 700.000, contra 647.000 em 2019. "A última vez em que algo assim aconteceu foi em 1944, quando estávamos no auge da Segunda Guerra Mundial", disse.
Na terça-feira, o primeiro-ministro italiano apelou aos cidadãos que evitem reuniões "irresponsáveis" durante as festividades e disse que o governo está a considerar fazer "pequenos ajustes" às restrições em vigor. Contudo, Ricciardi considera que isso não é suficiente.
"Os Países Baixos entraram em confinamento com metade das nossas mortes, a Alemanha com um terço. Não entendo esta hesitação. Se não tomarmos as medidas adequadas, estamos a caminhar para uma tragédia nacional", vincou.