Sudão tem 15% de todas as pessoas deslocadas internamente no mundo

O Sudão tem 15% de todos os deslocados internos do mundo, informou esta terça-feira a ONU, que calcula que 12,5 milhões as pessoas forçadas a deslocar-se nos dois anos de guerra entre o exército e as forças paramilitares.

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© -/AFP via Getty Images

Lusa
15/04/2025 18:14 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Sudão

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), que faz parte do sistema das Nações Unidas, afirmou, num comunicado, que quase um terço da população do Sudão continua deslocada, com mais de 15 milhões de pessoas que tiveram de procurar refúgio noutras partes do país ou fora das suas fronteiras.

 

Só desde que começou a guerra entre o exército sudanês e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), em abril de 2023, mais de 12,5 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas devido à violência, incluindo mais de 8,5 milhões no interior do Sudão.

No meio dos avanços do exército sudanês, que no final de março conseguiu reconquistar Cartum depois de quase dois anos nas mãos das RSF, a OIM prevê que "milhões de famílias regressem às suas zonas de origem à medida que o conflito entra no seu terceiro ano".

A OIM registou "a primeira diminuição do número total de deslocados internos em março de 2025", uma vez que milhares de pessoas regressaram aos estados de Sennar, Al Jazira e Cartum, no centro-sul do país.

De acordo com os dados recolhidos pelas equipas da agência da ONU, "foram registados 400.000 retornados de deslocações internas, bem como um aumento dos movimentos de regresso de países vizinhos", como o Egito, que acolhe cerca de 1,5 milhões de sudaneses.

A ONU calcula que mais de 2,1 milhões de pessoas deslocadas poderão regressar a Cartum no prazo de seis meses, se as condições de segurança e de infraestruturas o permitirem.

"Estas estimativas baseiam-se no número de pessoas que pensamos terem deixado a capital quando a guerra começou", disse Mohamed Refaat, chefe de missão da OIM baseado em Porto Sudão, numa conferência de imprensa regular da ONU em Genebra.

"Estimamos que 31% das pessoas deslocadas no Sudão desde (o início) a guerra vieram efetivamente de Cartum e que quase 50% delas" regressarão à capital, atualmente controlada pelas Forças Armadas Sudanesas, que retomaram a cidade às paramilitares RSF.

A cidade foi parcialmente destruída pelos combates entre os dois beligerantes. As munições não deflagradas constituem um grave problema de segurança.

"Assim, podemos ver que alguns pontos de Cartum foram limpos, mas o processo, estou certo, vai demorar mais tempo. Não podemos esquecer que a rede elétrica de toda a cidade de Cartum foi destruída", recorda.

O responsável da agência indicou ainda que os sudaneses que se tinham refugiado no Egito começavam também a regressar.

"Nos últimos 12 a 13 dias, cerca de 33.000 pessoas regressaram do Egito para o Sudão, principalmente para Al Jazirah e Sennar", respetivamente um estado no centro-leste e um estado no sudeste do Sudão.

Por outro lado, os habitantes da região do Darfur continuam a fugir para os países vizinhos, devido aos combates em torno de El-Facher e também devido à tomada do campo de Zamzam, perto da cidade, atualmente controlado pelas RSF e que albergava mais de 500.000 refugiados.

A guerra no Sudão, que começou a 15 de abril de 2023, já causou dezenas de milhares de mortos, obrigou milhões de pessoas a procurar refúgio e provocou a pior catástrofe humanitária da história, segundo a ONU.

Leia Também: Pelo menos 125 mil deslocados e 180 mortos desde março no Sudão no Sul

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