Ondas de calor marinhas triplicaram nas últimas décadas

As ondas de calor marinhas triplicaram desde 1940, segundo um estudo de um instituto espanhol e de uma universidade do Reino Unido divulgado esta terça-feira.

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© Lokman Ilhan/Anadolu via Getty Images

Lusa
15/04/2025 18:16 ‧ há 6 horas por Lusa

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Segundo o estudo publicado na revista científica PNAS e realizado pelo Institut Mediterrani d'Estudis Avançats da Universidade das Ilhas Baleares (IMEDEA-UIB), Espanha, e o National Centre for Atmospheric Science da University of Reading (NCAS), Reino Unido, os dias de calor extremo aumentaram em três vezes devido ao aquecimento global derivado da ação humana.

 

De acordo com a agência de noticias espanhola EFE, foi desenvolvido um método que permitiu quantificar a contribuição das alterações climáticas causadas pelo homem e comparar os dados com tendências observadas ao longo de mais de oito décadas.

Os dados obtidos indicam que 47% das ondas de calor marinhas registadas entre 2000 e 2020 não teriam sido classificadas como eventos extremos se não fosse pelo efeito do aquecimento global.

Para a principal autora do estudo, a professora do departamento de física da UIB Marta Marcos, as ondas de calor marinhas "têm consequências significativas para a vida marinha, afetando, por exemplo, recifes de corais e pradarias de ervas marinhas".

Os resultados também mostraram que o aquecimento global é responsável por um aumento médio de 1 grau na intensidade das ondas de calor marinhas.

Marta Marcos deu como exemplo o episódio do verão de 2023 nas águas das ilhas britânicas e do Mediterrâneo, em que os dados revelaram que os verões vividos entre 2021 e 2023 registaram "aumentos de mais de 2°C a cada ano, atribuíveis ao aquecimento global".

A investigadora percebeu com o estudo que o impacto do aquecimento global também se sentiu em ondas de calor marinhas no nordeste do Pacífico entre 2014 e 2015 e na onda de calor que afetou o mar da Tasmânia entre 2015 e 2016.

Os resultados apresentaram ainda um padrão de intensificação amplificada das ondas de calor marinhas desde 2000, em que se destacou o papel prejudicial do aquecimento global em eventos extremos de temperatura da superfície do mar.

O estudo revelou heterogeneidade na distribuição geográfica das ondas de calor marinhas, constatando que as ondas de calor marinhas ocorrem com mais frequência nas áreas equatoriais e tropicais do Pacífico oriental e do Atlântico oriental e que as ondas de calor são mais intensas nas áreas do norte do Atlântico e Pacífico e no Mar Báltico.

Os investigadores alertaram para o facto destas mudanças terem tido um grande impacto na adaptação dos ecossistemas às novas condições climáticas ao combinarem o calor extremo com a duração do evento.

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