Partido opositor venezuelano expulsa fundador e outros cinco dirigentes

O Primero Justicia (PJ), uma das principais organizações políticas da Venezuela, anunciou hoje a expulsão de seis dirigentes políticos, incluindo o fundador do partido, por contrariarem as orientações partidárias e serem candidatos nas eleições regionais e legislativas de maio.

Notícia

© MIGUEL GUTIERREZ/AFP via Getty Images

Lusa
15/04/2025 18:42 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Venezuela

A expulsão dos dirigentes políticos acontece depois de o PJ ter advertido que não participaria em eleições até que "seja respeitada a vontade popular expressada nas eleições presidenciais de 28 de julho de 2024" nas quais Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo mas cujos resultados são contestados pela oposição, que insiste ter as atas que confirmariam que o candidato opositor Edmundo González Urrutia obteve mais de 70% dos votos.

 

A Venezuela realiza eleições legislativas e regionais a 25 de maio, um escrutínio que estava inicialmente marcado para 27 de abril.

Num comunicado, o PJ, força política da oposição venezuelana presidida por Maria Beatriz Martínez, especificou que foram expulsos o fundador do partido e ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski e os ex-deputados Tomás Guanipa, Ángel Medina, Juan Requesens e Amelia Belisario. O antigo governador do estado de Zúlia, Pablo Pérez, também consta da lista dos dirigentes expulsos.

"É escandaloso e revoltante que figuras como Henrique Capriles e Tomás Guanipa, após negociações com o regime de [Nicolás] Maduro, tenham sido seletivamente habilitados, apesar de terem sido desqualificados, e lhes tenha sido concedido um cartão eleitoral, enquanto os partidos legítimos do país continuam a ser perseguidos e sequestrados pelas autoridades", denunciou o partido, no mesmo comunicado.

Na nota informativa, o PJ destacou que esta situação acontece "enquanto há presos políticos, camaradas de partido perseguidos, torturados, na clandestinidade ou no exílio".

"A decisão de os expulsar responde à participação ativa num evento convocado à margem da unidade democrática, em aberta contradição com o que foi aprovado pela Comissão Política Nacional a 25 de fevereiro e ratificado pela Direção Nacional a 14 de março. Com as suas ações, decidiram desviar-se do caminho definido pela Plataforma de Unidade Democrática [PUD, que reúne os principais partidos opositores], pelo presidente eleito Edmundo González Urrutia e pela líder Maria Corina Machado", frisou a força partidária.

O PJ argumentou ainda que este não é um facto isolado e que desde as eleições primárias opositoras de 22 de outubro de 2023 os dirigentes agora expulsos adotaram uma posição progressivamente distante do mandato expresso por milhões de venezuelanos.

"Hoje, essa trajetória culmina com a sua participação numa eleição fraudulenta, desviada e destinada a validar o regime", afirmou o partido.

No comunicado, o PJ reafirmou o seu compromisso com "um caminho democrático" e com os venezuelanos "que exigem e merecem uma mudança política real".

"Os que hoje curvam a cabeça perante o regime e participam na sua farsa estão a virar as costas à vontade da grande maioria do país. Nós, por outro lado, continuamos firmes e convencidos de que vem uma mudança política e continuaremos a lutar por uma Venezuela livre até que isso seja alcançado", disse ainda o partido.

A expulsão do fundador e de outros cinco dirigentes políticos do PJ foi divulgada depois de o Movimento Pela Venezuela (PMV) ter anunciado que tinha sido impedido de apresentar os seus candidatos e que o seu secretário-geral, Simón Calzadilla, foi desqualificado pelas autoridades venezuelanas.

Segundo a imprensa venezuelana, vários opositores que apoiaram Maria Corina Machado e Edmundo González Urrutia nas presidenciais de 2024 foram impedidos pelo Conselho Nacional Eleitoral de formalizar as suas candidaturas às eleições regionais e legislativas de maio.

Leia Também: UE regista 66.800 novos pedidos de asilo em janeiro com venezuelanos no 1.º lugar

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas