Bolsonaro e Doria, que foram aliados nas eleições de 2018, tornaram-se rivais políticos após o governador 'paulista' demonstrar interesse em disputar as próximas presidenciais, em 2022, contra o Presidente que tentará a reeleição.
Com a chegada da pandemia, Bolsonaro e Doria adotaram posturas opostas. O Presidente brasileiro relativizou a perigosidade da covid-19 enquanto o governador 'paulista' tomou medidas duras para evitar a proliferação da doença e uma possível sobrecarga no sistema de saúde do estado.
Ao longo do ano, os dois governantes passaram a trocar palavras duras e iniciaram uma disputa política em relação à Coronavac, imunizante chinês testado no Brasil numa parceria da Sinovac com o Instituto Butantan, instituição científica ligada ao governo regional de São Paulo.
Bolsonaro proibiu publicamente a conclusão de um acordo entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, que classificou como "vacina chinesa do Dória".
No documento apresentado hoje, o Ministério da Saúde não estima data para começo da vacinação, mas informa que negoceia a compra de milhões de doses de vacina contra a covid-19, incluindo a CoronaVac.
Segundo o Governo, os medicamentos serão distribuídos assim que forem aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estiverem disponíveis para a distribuição em todo o país.
O executivo destacou que negoceia a compra de vacinas contra o novo coronavírus com os laboratórios Pfizer, Janssen, Bharat Biotech, Moderna, Gamaleya e o Instituto Butantan, que testa e fabricará a CoronaVac.
O documento do Governo brasileiro enfatizou que já foi acertada através da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e o laboratório AstraZeneca, que desenvolve um imunizante contra a covid-19 em parceria com a Universidade de Oxford, a compra de 100 milhões de doses desta vacina, com previsão de entrega até julho 2021.
O Brasil deve receber 42,5 milhões de doses das vacinas que fazem parte da Covax Facility, programa global liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Ministério da Saúde disse que receberá 8,5 milhões de doses do imunizante da Pfizer até junho de 2021, sendo 2 milhões de doses para o primeiro trimestre, 6,5 milhões no segundo trimestre, 32 milhões no terceiro e 29,5 milhões no quarto trimestre.
Sobre o acordo com a Janssen, de quem o Brasil deverá comprar 38 milhões de doses de vacina, 3 milhões de doses devem ser entregues no segundo trimestre de 2021, 8 milhões no terceiro trimestre e 27 milhões no quarto trimestre.
"A partir dos memorandos de entendimento, o Ministério da Saúde prossegue com as negociações para efetuar os contratos, a fim de disponibilizar o quanto antes a maior quantidade possível de doses de vacina para imunizar a população brasileira de acordo com as indicações dos imunizantes", frisou o Governo.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (182.799, em mais de 6,9 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.636.687 mortos resultantes de mais de 73,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.