A denúncia tem como alvo o chefe de Governo italiano, Giuseppe Conte, o ministro da Saúde, Roberto Speranza, e Attilio Fontana, presidente da região da Lombardia, a área mais afetada pela pandemia, com cerca de 25.000 das 70.000 mortes registadas em Itália desde fevereiro.
Esta ação cível segue-se a cerca de 300 denúncias criminais, de acordo com uma associação de familiares dos mortos que está na origem deste processo, a Comissão "Noi denunceremo" (Nós denunciaremos), movida nos últimos meses, principalmente junto do Ministério Público de Bergamo, norte do país.
A procuradoria está a conduzir várias investigações separadas relacionadas com a pandemia.
Os advogados da "Noi denunceremo" imputam "graves omissões às autoridades públicas regionais da Lombardia e ao Governo central" na organização da resposta à pandemia, segundo uma notícia do diário local Bergamonews, publicada hoje no seu portal.
Criticam, entre outras coisas, a ausência de um plano nacional contra a pandemia atualizado e os atrasos na criação de uma "zona vermelha" em fevereiro, abrangendo dois municípios do departamento de Bérgamo, Nembro e Alzano Lombardo, em particular mais afetados pelo novo coronavírus.
As primeiras "zonas vermelhas" foram estabelecidas no final de fevereiro por decisão do Governo italiano e afetaram cerca de dez municípios da Lombardia, em particular Codogno, a cidade do "paciente número um".
No início de março, a epidemia continuou a alastrar, com dois surtos maiores, nos municípios de Nembro e Alzano, mas a zona vermelha só foi aí estabelecida a 09 de março. As autoridades regionais e o Governo central rejeitam a responsabilidade por este atraso.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.718.209 mortos resultantes de mais de 77,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 6.343 pessoas dos 383.258 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.