Orban, que tem mantido uma relação tensa com Bruxelas, enviou especialistas para acompanhar o desenvolvimento de vacinas na Rússia e na China e recebeu amostras da vacina russa Sputnik V.
"Sabemos que a vacina russa é boa, mas não há em número suficiente e sabemos que pode ser insuficiente no futuro, dada a sua capacidade de produção limitada", indicou Orban numa entrevista à rádio pública.
Em comparação com a Sputnik V, "a (vacina) da China é mais promissora, parece que estará disponível mais cedo e em maiores quantidades", afirmou.
"Idealmente, seria cada qual a escolher se queria vacinar-se com uma vacina ocidental ou chinesa", acrescentou.
Em novembro, a Hungria vangloriou-se de ser o primeiro país a receber amostras de testes da vacina russa.
A Comissão Europeia advertiu na altura Budapeste que "uma vacina só poderia obter autorização de comercialização após um estudo aprofundado" pelo regulador, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
Orban também afirmou que não está satisfeito com o ritmo de aquisição de vacinas na União Europeia.
"Os produtos de alguns fabricantes estiveram disponíveis mais cedo no Canadá, no Reino Unido e em Israel, por exemplo", apontou.
"Mas, isso é tarefa de Bruxelas", afirmou, acrescentado que vai fazendo contactos com "o Leste, porque Bruxelas não está a fazer isso".
O governo húngaro, muitas vezes em divergência com a UE, que o acusa de sabotar os valores democráticos, distinguiu-se mais uma vez ao iniciar a campanha de vacinação um dia antes dos restantes países europeus.
Após ter recebido uma primeira remessa de vacinas da Pfizer-BioNTech no dia 26 de dezembro, a Hungria começou de imediato a vacinação, quando as indicações eram para um início conjunto da campanha em toda a UE no dia seguinte.