"Parece que temos tido uma descida. Pode ser parcialmente certo, mas temos de olhar para os números com muitas reservas", disse, em conferência de imprensa, o epidemiologista chefe da Agência de Saúde Pública (FHM) sueca, Anders Tegnell.
O FHM realçou que as estatísticas sobre os casos de morte são menos fiáveis devido ao menor número de testes realizados durante o Natal e aos atrasos no registo dos óbitos, que podem ter ocorrido dias ou semanas antes.
A taxa de incidência dos últimos 14 dias situa-se nos 778 casos por 100.000 habitantes.
Tegnell advertiu, no entanto, para a "grande ameaça" que pressupõe o regresso aos postos de trabalho no final da semana em curso e na próxima, uma vez que o risco de novos contágios é "muito grande" se não se respeitarem as recomendações das autoridades sanitárias
As unidades de cuidados intensivos dos vários hospitais do país continuam num nível de ocupação alto, havendo uma disponibilidade de camas de apenas 18%, e não se registando, para já, qualquer tendência descendente.
Desde o início da pandemia que a Suécia adotou uma estratégia mais leve do que a levada a cabo nos restantes países nórdicos, com muitas recomendações e algumas proibições, mas mantendo abertas as escolas, bares, restaurante, cinemas e outros locais de lazer.
O facto de ser o país mais castigado da região gerou críticas e acusações de que o verdadeiro objetivo era obter imunidade coletiva.
A chegada da segunda vaga levou o Governo a assumir um papel mais ativo, estabelecendo o ensino à distância em institutos e universidades, limitando a oito o número de pessoas permitidas em reuniões públicas, restringindo a atividade de restauração e recomendando, pela primeira, vez o uso de máscaras no transporte público.
Na próxima sexta-feira, o Parlamento sueco irá votar uma nova lei temporária, que entrará em vigor, se aprovada, na próxima segunda-feira e prolongar-se-á até setembro, o que permitirá, se necessário, encerrar lojas e centros comerciais e suspender os transportes públicos, entre outras medidas.
A Suécia apresenta uma taxa de mortalidade por covid-19 de 85,70 por cada 100.000 habitantes, oito vezes superior à da Finlândia e três à da Dinamarca, mas abaixo dos países mais afetados na Europa, como o Reino Unido, Itália, França e Espanha.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.854.305 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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