"Aquilo foi uma vergonha para a democracia. Esperamos que a transição com (o Presidente eleito Joe) Biden seja calma a 20 de janeiro e que os Estados Unidos encontrem então a paz", declarou à imprensa Erdogan, que se esforçou para estabelecer um relacionamento pessoal próximo com o Presidente cessante norte-americano, Donald Trump, desde 2016.
As relações entre Ancara e Washington foram afetadas após a tentativa de golpe de Estado de 2016 contra Erdogan que ele atribui ao clérigo Fethullah Gulen, antigo aliado exilado nos Estados Unidos, cuja extradição não conseguiu.
Mas as boas relações entre Erdogan e Trump ajudaram a proteger a Turquia de sanções anteriores e atenuaram críticas dos Estados Unidos ao medíocre histórico de direitos humanos do presidente turco, segundo a agência France Presse.
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, e o presidente polaco, Andrzej Duda, foram os raros líderes europeus a considerarem que o que se passou em Washington são "assuntos internos". Os restantes condenaram os incidentes.
Cinco pessoas morreram na invasão do Capitólio, sede do parlamento dos Estados Unidos, por apoiantes de Trump, na quarta-feira, para contestar o resultado das eleições de novembro, que consideram fraudulento.
Os confrontos entre a polícia e os desordeiros interromperam a sessão das duas câmaras do Congresso para ratificar a vitória do presidente eleito, Joe Biden, o que só aconteceu no dia seguinte.
Esta é a última etapa antes da tomada de posse do presidente dos Estados Unidos, a 20 de janeiro.
O recurso à 25.ª Emenda da Constituição para afastar Donald Trump da Casa Branca, acusado de incitar os apoiantes à invasão do Capitólio, está a ser defendido por numerosas vozes nos Estados Unidos, nomeadamente pela presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.
Os líderes democratas querem que o vice-presidente Mike Pence afaste desta forma Trump, assumindo a presidência interina, para impedir o Presidente cessante de atuar nas duas últimas semanas do mandato.