Depois de dois dias com cerca de 500 mortes diárias, o Reino Unido volta a registar mais de mil óbitos nas últimas 24 horas. As autoridades sanitárias reportam esta terça-feira mais 1.243 mortes, uma subida significativa em relação à véspera (529), tornando-se no segundo pior registo diário de mortes desde o início da pandemia no país (o pior foi a 8 de janeiro, com 1.325 mortes).
O total de óbitos com teste positivo nos 28 dias anteriores é agora de 83.203.
Incluindo ao balanço oficial aquelas mortes cuja certidão de óbito faz referência ao coronavírus mas cuja infeção não foi confirmada por teste nos 28 dias anteriores, o número é de 89.243, de acordo com os dados divulgados pelo Departamento de Saúde e de Assistência Social britânico.
Foram contabilizados, ainda, mais 45.533 novos casos de contágio, uma descida depois de ontem terem sido reportadas 46.169 infeções. Desde o início de janeiro que o Reino Unido reporta diariamente uma média superior a 50 mil casos de contágio.
Até ao momento, 3.164.051 pessoas obtiveram diagnóstico positivo no conjunto da região, que inclui Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
O total acumulado dos últimos sete dias foi de 389.572 casos e de 6.898 mortes.
O Governo reiterou hoje que está determinado em fazer respeitarem as regras do confinamento decretado na semana passada, tendo a ministra do Interior, Priti Patel, revelado que já foram aplicadas cerca de 45 multas e que a polícia vai começar a ser mais severos com os infratores.
"A nossa capacidade de aguentar as próximas semanas e meses depende de cada um de nós contribuir para o que é verdadeiramente um esforço nacional. Mas uma minoria está a colocar a saúde do país em risco por não respeitar as regras", afirmou numa conferência de imprensa.
Vários supermercados anunciaram entretanto que vão começar a impedir a entrada de pessoas sem máscara, a não ser que estejam isentas, mas empregados relataram na BBC Radio 5 serem vítimas frequentemente de agressões verbais e até físicas.
O Governo tem estado sob pressão para apertar as regras e clarificar algumas situações, nomeadamente até que distância as pessoas podem afastar-se de casa, de onde podem sair apenas para fazer compras essenciais, fazer exercício, trabalhar ou ter assistência médica.
No norte, em Derbyshire, duas mulheres foram multadas (que a polícia mais tarde anulou) por terem viajado oito quilómetros para um passeio em conjunto, pois as regras apenas preveem que duas pessoas de agregados familiares diferentes se possam encontrar em espaços públicos abertos para fazer exercício.
O primeiro-ministro, Boris Johnson, também foi criticado após ter sido noticiado que fez 11 quilómetros da residência oficial, no centro de Londres, até ao Parque Olímpico no leste da cidade, mas Patel negou que as regras não sejam claras.
"A população britânica é muito sensata e percebe a mensagem para ficar em casa, e também nas imediações. O exercício é importante para a saúde e bem-estar e a mensagem também se aplica ao exercício", disse.
Também na conferência de imprensa, o Presidente Nacional do Conselho dos Chefes de Polícia, Martin Hewitt, disse que era difícil definir a noção de imediações e evitou determinar uma certa distância.
"A pergunta que as pessoas devem fazer é se é essencial e como fazer exercício da forma mais segura possível. Isso significa não colocar-se numa posição em que é provável entrar em contacto com outras pessoas", comentou.
Inglaterra entrou em confinamento durante pelo menos seis semanas, o que implica o encerramento de escolas e da maioria de comércio não essencial, enquanto bares e restaurantes só podem vender comida para fora.
Recorde-se que o Reino Unido registou em 2020 o maior crescimento anual de óbitos desde a Segunda Guerra Mundial devido à pandemia covid-19, de acordo com números publicados hoje pelo instituto de estatísticas britânico, o National Statistics Office (ONS).
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