A posição consta de mensagem alusiva ao 54.º aniversário da criação das Forças Armadas (FA) de Cabo Verde e surge numa altura em que o país ainda recupera de um ataque internacional à Rede Tecnológica Privativa do Estado, que desde final de novembro condiciona vários serviços públicos, estando a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República e pela Interpol.
Para o chefe de Estado "Cabo Verde e os cabo-verdianos estão cientes da situação real das Forças Armadas", mas "ao mesmo tempo precisam estar seguros de que a sua soberania está salvaguardada" e que "o normal funcionamento dos órgãos de soberania, que democraticamente legitimaram, está garantido".
"Que em caso de catástrofes ou desastres naturais, poderão contar, com confiança, com um sistema de proteção civil que funcione de forma integrada, pronto para garantir a sua proteção, evacuação, resgates e buscas e salvamentos de todo o tido, bem como a garantia da melhoria das suas condições de vida e do seu bem-estar", sublinhou.
Na mensagem, reconheceu que as preocupações centram-se no território marítimo, aéreo e terrestre, que dever estar "total e permanentemente vigiado, fiscalizado e controlado contra todo o tipo de crimes".
"Mas, mais do que a defesa tridimensional do território, as Forças Armadas têm de preparar-se muito seriamente para a defesa cibernética do país, pelo que, devem adequar-se convenientemente para contribuir para segurança do espaço cibernético e o normal funcionalmente das redes de Internet, em especial da governação eletrónica do país", lê-se na mensagem do Presidente e Comandante Supremo das Forças Armadas.
Para Jorge Carlos Fonseca, é necessário que todos estejam "muito atentos às consequências das alterações climáticas" para Cabo Verde, que "poderão ser muito sérias", assim como "à nova realidade que é a guerra cibernética", recordando que "recentemente causou importantes danos ao país".
O chefe de Estado elogiou ainda o papel que as FA têm assumido no terreno, juntamente com outras forças de segurança e autoridades de saúde, no combate à pandemia de covid-19 no arquipélago.
"Com espírito de entrega e muita disciplina, as Forças Armadas têm estado na linha frente da luta contra a pandemia e têm conseguido evitar que as casernas se transformem em focos de propagação da doença", frisou.
"Reafirmo o meu reconhecimento por essa importantíssima colaboração no combate à doença e suas consequências", afirmou ainda na mensagem.
O Presidente reconheceu ainda as dificuldades que o país enfrenta, em termos financeiros, decorrentes da crise provocada pela pandemia, mas disse acreditar que "com uma programação e realização faseadas" será possível "adequar" as FA, "a curto e médio prazos", dos meios humanos e materiais "de que necessitam para o cabal desempenho da sua missão".
"Apenas dessa forma será possível uma rigorosa preparação combativa para enfrentar, dissuadir ou neutralizar os males que nos ameaçam", sustentou.