Covid-19. Centro brasileiro adia para março entrega da vacina de Oxford

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), reconhecido centro de investigação médica brasileiro, informou na terça-feira o Ministério Público Federal que a entrega da vacina de Oxford ao Ministério da Saúde será adiada para março.

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© Matthew Horwood/Getty Images

Lusa
20/01/2021 06:34 ‧ 20/01/2021 por Lusa

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Covid-19

No documento a que a imprensa brasileira teve acesso, a Fiocruz argumentou que o motivo para o atraso na produção do imunizante contra a covid-19 no Brasil deve-se ao facto de não ter recebido um ingrediente farmacêutico necessário para a fabricação da vacina desenvolvida pela farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

Em causa está a importação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), proveniente de uma parceira da AstraZeneca na China, e que ainda não tem data para ser entregue em território brasileiro.

"Estima-se que as primeiras doses da vacina sejam disponibilizadas ao Ministério da Saúde em início de março de 2021, partindo da premissa de que o produto final e o IFA apresentarão resultados de controlo de qualidade satisfatórios, inclusive pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde)", diz o ofício enviado ao Ministério Público, citado pelo jornal Estadão.

A alteração anunciada deverá dificultar ainda mais a execução do plano nacional de imunização contra a covid-19, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, e que padece de incertezas semelhantes em relação à importação de matérias primas para a produção da Coronavac, vacina que vem sendo desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

Nesse sentido, o Butantan instou o Presidente, Jair Bolsonaro, a negociar com Pequim.

O Butantan será responsável pelo fabrico no Brasil da Coronavac, a única vacina atualmente disponível no país e que já se encontra a ser administrada em todos as unidades federativas brasileiras.

Já o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 de São Paulo, João Gabbardo, afirmou na segunda-feira que, em algum momento, a vacinação contra o novo coronavírus terá de ser reduzida, e até mesmo paralisada, por falta de doses no país.

"O processo de vacinação não vai ser contínuo. O Brasil tem condições de vacinar dois, três milhões de pessoas por dia. Nós temos seis milhões de doses, isso seria suficiente para vacinar em três dias de uma forma plena, com todas as unidades de saúde a funcionar. É muito pouco", disse Gabbardo à estação televisiva CNN Brasil.

"A população vai ter de estar preparada para isso, os gestores, secretários de Saúde e governadores vão ter que estar preparados. Em alguns momentos a vacinação vai ter de ser paralisada ou reduzida aguardando a chegada de novas doses. É certo que vai acontecer isso", sublinhou o coordenador. O

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (211.491, em mais de 8,5 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.041.289 mortos resultantes de mais de 95,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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