Reprovação da gestão de Bolsonaro cresce em pleno agravamento da pandemia

O desagrado com a gestão do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, aumentou em relação ao mês anterior e atingiu 40%, numa altura em que o país atravessa um agravamento da pandemia, segundo uma sondagem Datafolha hoje divulgada.

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© Andressa Anholete/Getty Images

Lusa
22/01/2021 23:36 ‧ 22/01/2021 por Lusa

Mundo

Coronavírus

De acordo com o levantamento feito pelo Instituto Datafolha, o chefe de Estado é avaliado como ruim/péssimo por 40% dos inquiridos, face aos 32% alcançados em dezembro último.

Por outro lado, a percentagem dos brasileiros ouvidos que considera Bolsonaro ótimo/bom diminuiu de 37% para 31% nesta nova sondagem realizada entre 20 e 21 de janeiro.

Trata-se da maior queda de aprovação de Bolsonaro desde que tomou posse, em janeiro de 2019.

Os cidadãos que têm receio de contrair o novo coronavírus estão entre os que mais rejeitam o Presidente.

Ainda segundo o Datafolha, a percentagem de pessoas que considera o Governo de Bolsonaro regular caiu de 29% para 26%.

Esta é a primeira sondagem revelada pelo Instituto Datafolha após o começo da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, que teve início no passado domingo a partir da iniciativa do governador de São Paulo, João Doria, adversário político de Bolsonaro, num movimento que foi considerado uma derrota política para o chefe de Estado.

A perda de popularidade de Bolsonaro surge ainda no momento me que o país sul-americano atravessa uma segunda vaga da pandemia, com um aumento nas infeções e mortes devido à covid-19, apesar do mandatário permanecer cético, quer em relação à gravidade da doença, quer acerca da vacinação.

Hoje, Bolsonaro voltou a questionar a eficácia dos imunizantes contra a covid-19, frisando que não será vacinado.

"Ainda há muitas pessoas preocupadas com a vacina", disse o chefe de Estado, em frente ao Palácio da Alvorada, a sua residência oficial, em Brasília, acrescentando: "Vou ser muito claro. Não podemos obrigar ninguém a ser vacinado".

A vacinação "é voluntária", insistiu.

"Afinal de contas, não está nada comprovado cientificamente com essa vacina aí. Não se concluiu que a vacina seja perfeitamente eficaz", afirmou Bolsonaro, depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, órgão regulador do Brasil) ter dado a sua aprovação a dois imunizantes (Sinovac e AstraZeneca/Oxford).

Apesar do crescimento da reprovação do Presidente brasileiro, a maioria dos entrevistados pelo Datafolha é contra a destituição de Bolsonaro: 53% consideram que a Câmara dos Deputados não deveria abrir um processo de destituição contra o mandatário, sendo que em dezembro esse número era de 50%.

A sondagem do Instituto Datafolha ouviu 2.030 cidadãos em todo o Brasil, tecnicamente, entre 20 e 21 de janeiro.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (215.243, em mais de 8,7 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.092.736 mortos resultantes de mais de 97,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

 

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