O Estado da Renânia do Norte-Vestfália, cuja população ronda os cerca de 18 milhões de habitantes (mais do que a população total de muitos países europeus, como é o caso de Portugal), iniciou a campanha de vacinação de residentes e de funcionários de lares de idosos em dezembro passado, após ter definido estes dois grupos como prioritários e de risco.
Segundo relatou hoje a agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP), as autoridades locais não estão a abranger nesta fase da campanha as pessoas com mais 80 anos que ainda vivem nas respetivas casas, que se veem assim obrigadas a esperar por uma marcação em grandes centros de vacinação.
Mas o sistema de marcações encontra-se sobrelotado e, neste momento, o agendamento encontra-se indisponível, até mesmo para pessoas com mais de 80 anos e consideradas como de risco.
"Devido ao aumento da procura, não é possível neste momento marcar uma consulta de vacinação", referia a página na Internet da associação regional de médicos, que referiu hoje que está a tentar organizar e restabelecer o sistema.
"Estamos a trabalhar arduamente para restabelecer novamente o serviço de reservas 'online'. Por favor, tente novamente mais tarde'', indicava o portal, de acordo com a AP.
Estes problemas técnicos estão a ser um embaraço para o chefe do governo regional da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, que acaba de ser eleito o novo líder da União Democrata-Cristã (CDU), o partido da chanceler alemã, Angela Merkel.
A Renânia do Norte-Vestfália, um Estado encarado como potência industrial que integra cidades como Colónia, Dusseldorf e Dortmund, está atualmente muito abaixo nas tabelas de vacinação per capita na Alemanha, com cerca de 1,6% da população abrangida com a primeira dose da vacina contra a covid-19.
A nível nacional, menos de 1,6 milhões de pessoas (cerca de 1,9% da população) na Alemanha receberam, até domingo, a primeira dose da vacina, uma taxa significativamente inferior quando comparada com outros países, como Israel, Reino Unido ou Estados Unidos.
Já as pessoas na Alemanha que receberam a segunda dose da vacina rondam as 228.763.
Os profissionais de saúde deste Estado alemão, que faz fronteira com a Bélgica e os Países Baixos, já tinham alertado que não tinham recebido o excedente das vacinas que estavam agregadas à campanha nos lares e nas residências seniores.
O Governo federal alemão tem procurado distanciar-se destes problemas técnicos, afirmando que compete a cada Estado organizar os meios e os recursos no terreno.
As autoridades sanitárias alemãs comunicaram hoje 6.729 novos contágios pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas e 217 óbitos associados à doença covid-19, de acordo com os dados do Instituto Robert Koch (RKI).
Na Alemanha, o número total de casos desde o princípio da pandemia é de 2.141.655 e o de mortos é de 52.087.
A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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