Líder dos Proud Boys, detido há três semanas, era informador do FBI

Enrique Tarrio, de 36 anos de idade, foi detido pouco antes do ataque ao Capitólio, onde estavam elementos dos Proud Boys.

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© Stephanie Keith/Getty Images

Notícias ao Minuto
27/01/2021 17:43 ‧ 27/01/2021 por Notícias ao Minuto

Mundo

Proud Boys

O líder do grupo de extrema-direita Proud Boys, que foi detido no início de janeiro pelas autoridades de Washington D.C. por ter queimado uma faixa do movimento 'Black Lives Matter', tem um passado como informante das autoridades locais, tendo trabalhado várias vezes como infiltrado desde que foi detido pela primeira vez em 2002.

A informação foi obtida pela Reuters, com base num antigo procurador e na transcrição de uma audição num tribunal federal em 2014. Na audição, em Miami, o procurador federal, um agente do FBI (polícia federal) e o próprio advogado de Enrique Tarrio descreveram o seu trabalho como infiltrado e indicaram que ajudou as autoridades a julgar mais de uma dezena de pessoas em vários casos, envolvendo drogas, jogo ilegal e tráfico de humanos.

Enrique Tarrio, entrevistado pela agência de notícias na terça-feira, negou ter trabalhado como infiltrado ou qualquer cooperação com as autoridades. "Não sei nada sobre isso. Não me lembro de nada disso", disse, quando questionado sobre a transcrição.

A Reuters indica, porém, que as autoridades e a transcrição da audição em tribunal contradizem o líder do grupo extremista. Num comunicado enviado à agência, a antiga procuradora federal encarregue do caso, Vanessa Singh Johannes, confirmou que Tarrio "colaborou com autoridades locais e federais, para ajudar a levar a julgamento outros que lideravam organizações criminosas paralelas, desde plantações de marijuana em Miami a operadores de esquemas de fraude com medicamentos".

O homem, de 36 anos de idade, é um dos elementos mais importantes do grupo extremista, organizando e liderando ataques àqueles que acreditam serem 'antifa' (antifascistas), um movimento de esquerda sem liderança conhecida, por vezes também violento.

Nos Estados Unidos, diversos elementos dos Proud Boys, apoiantes do ex-presidente Donald Trump, foram detidos na última semana, por participação a 6 de janeiro na invasão do Capitólio durante a confirmação da eleição de Joe Biden. Outro dos seus membros mais destacados do grupo, Joseph Biggs, foi acusado na semana passada pela sua participação na invasão do Capitólio, durante a qual alegadamente liderou dezenas de membros da milícia. Tarrio tinha sido detido antes do ataque.

O movimento Proud Boys foi fundado por um canadiano, Gavin McInnes, que mais tarde se dissociou do mesmo. Autoproclamados "chauvinistas ocidentais", têm-se envolvido nos últimos anos em combates de rua violentos com ativistas antifascistas e membros do movimento Black Lives Matter.

Leia Também: Parlamento quer nacionalistas dos EUA 'Proud Boys' nomeados terroristas

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