Stefko Inanov Kocev é uma das quatro vítimas mortais da explosão de gás que provocou o desmoronamento de um edifício no centro de Madrid, em Espanha, a semana passada.
De acordo com o El País, o búlgaro, de origem humilde, prestes a completar 47 anos, 20 dos quais em Espanha, falava ao telefone com a namorada quando se deu a explosão.
Combinavam o jantar, depois de Mariana Kirilova, também búlgara, de 46 anos, ter entregue uns papéis na Segurança Social, para ver se a vida melhorava.
Aflita com o estrondo e depois de ter perdido a ligação com Stefko, Mariana tentou retornar as chamadas incessantemente. Foram 11 as vezes que tentou entrar em contacto com o companheiro antes de seguir para casa, na esperança de o encontrar.
Sem luz, aquecimento, televisão ou internet, no escuro apartamento que não é pago há um ano, as horas passaram sem que Stefko chegasse.
Enquanto Espanha e o mundo ficavam a saber que uma explosão em Madrid tinha matado quatro pessoas, entre as quais um padre, Mariana adormeceu a chorar sem saber o que tinha acontecido ao companheiro.
Só na manhã seguinte, quando saiu à rua para pedir dinheiro, como fazia há cerca de um ano, é que dois polícias à civil a abordaram para revelar o que tinha acontecido.
Ao jornal espanhol, Mariana conta que apesar do choque recusou receber ajuda psicológica.
Passaram nove dias. O corpo de Stefko continua no Instituto de Medicina Legal de Madrid porque a mulher não tem como provar que era sua companheira há cerca de três anos.
Depois de várias tentativas frustradas, os amigos do búlgaro conseguiram entrar em contacto com a mãe, uma senhora de 64 anos, que ficou viúva pela segunda vez há 40 dias. A mulher vai agora fazer uma viagem de autocarro de 72 horas para conseguir enterrar o filho.
Conta o El País que tanto o enterro como a viagem serão pagas pelos amigos do emigrante, visto que a família não tem dinheiro para suportar estas despesas. Juntos conseguiram arrecadar 1.800 euros.
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