A enorme tenda branca armada no exterior do Hospital Universitário Avicenne é um dos 600 centros espalhados só em Rabat, capital de Marrocos, destinados a vacinar mais de 4.000 profissionais de saúde em três semanas, dá conta a Associated Press (AP).
Este plano faz com que o país tenha uma das estratégias de vacinação mais avançadas do continente africano, tendo em conta que vários países, em princípio, apenas terão acesso às vacinas no final do ano ou mais tarde.
Enquanto a maioria dos países europeus e a América do Norte já começaram as campanhas de vacinação há várias semanas, África ainda está a receber as primeiras doses, provenientes em particular da China e da Rússia.
O rei marroquino, Mohammed VI, recebeu a primeira dose na quinta-feira, um dia antes do arranque da campanha que prevê ser massiva desde o primeiro instante.
A inoculação começa na mesma semana em que foi reportado o primeiro caso de uma pessoa infetada com a variante identificada no Reino Unido e que é mais contagiosa.
Uma das primeiras pessoas a ser vacinada foi Abdelatif Asmamaa, um enfermeiro de 58 anos, que está na linha da frente no combate ao novo coronavírus desde março de 2020.
Antes de receber a primeira de duas doses o enfermeiro, que tem a pressão arterial elevada, foi inquirido pela equipa responsável pela administração da vacina Covishield, desenvolvida pela parceria entre a Universidade de Oxford e a AstraZeneca.
"É uma atmosfera excitante. Não sinto nada, é como uma vacina conta a gripe", considerou o profissional de saúde.
O Governo marroquino tem cerca de 3.000 locais destinados à vacinação, nos quais se incluem os 600 na capital, espalhados pelo país.
Além da vacina da AstraZeneca, produzida na índia, Marrocos também está a administrar um fármaco produzido pela chinesa Sinopharm.
O país pretende adquirir 66 milhões de doses no total, o que permitirá inocular 85% da população.
Marrocos registou ma redução no número de novos casos, o que em parte poderá ser explicado com a redução no número de testes feitos recentemente.
Desde o início da pandemia o país já contabilizou mais de 469.990 infeções e 8.246 óbitos, uma das maiores percentagens de mortes no continente.
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