"Temos grande confiança na capacidade do Presidente e do primeiro-ministro indigitado para implementar as reformas necessárias para reforçar a segurança, a estabilidade e a unidade do Líbano", afirmou o chefe da diplomacia saudita naquela que foi a primeira visita de um alto funcionário saudita ao Líbano em quase 15 anos, após anos de relações tensas entre os dois países, que agora procuram retomar o diálogo.
O general Joseph Aoun foi eleito pelo parlamento como novo Presidente do Líbano a 09 de janeiro, pondo fim a um vazio de poder que durou mais de dois anos, desde o fim do mandato do último chefe de Estado (em outubro de 2022), Michel Aoun (com quem Joseph não tem qualquer parentesco).
Nawaf Salam, diplomata, jurista e académico libanês, foi nomeado primeiro-ministro do Líbano no dia 13 de janeiro e encarregado de formar um novo governo.
As reformas evocadas pelo ministro saudita constituem uma condição prévia para o desbloqueamento da ajuda à reconstrução do país, mergulhado numa profunda crise económica e a emergir de uma guerra devastadora.
Há mais de um ano que o Líbano tem sido palco de uma guerra entre as forças israelitas e o grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do antigo regime da Síria e do Irão. O conflito foi suspenso por um frágil acordo de cessar-fogo de 60 dias assinado no final de novembro.
Riade foi um grande investidor no Líbano, mas os laços entre os dois países deterioraram-se na última década devido à crescente influência do grupo Hezbollah.
A Arábia Saudita criticou o fracasso das autoridades libanesas em combater o contrabando de drogas do Líbano para a Arábia Saudita e impôs medidas punitivas após comentários televisivos do ministro da Informação libanês, nas quais este criticou a guerra de Riade no Iémen contra os rebeldes xiitas Huthis.
As autoridades sauditas proibiram as importações vindas do Líbano, o que agravou o sofrimento económico dos agricultores e industriais libaneses, uma vez que o país estava no meio de uma crise económica.
Há vários anos que o Líbano ambiciona retomar os laços diplomáticos com a Arábia Saudita e com outros países do Golfo, que eram tradicionalmente parceiros comerciais importantes e cujos cidadãos se deslocam com frequência ao Líbano, dinamizando a sua economia turística.
Leia Também: Arábia Saudita diz a Trump que quer investir 600 mil milhões nos EUA