Covid-19: México aprova uso de emergência da vacina russa

O México aprovou o uso de emergência da vacina russa Sputnik V contra a covid-19, informaram hoje as autoridades mexicanas, numa altura em que a situação da pandemia se agravou no país.

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Lusa
03/02/2021 06:15 ‧ 03/02/2021 por Lusa

Mundo

Pandemia

 

O anúncio foi feito pelo subsecretário da Saúde e estratega do Governo mexicano contra a covid-19, Hugo López-Gatell, horas depois da publicação dos resultados provisórios da fase III dos ensaios da vacina na revista científica The Lancet, que apontam para uma eficácia de 91,6%.

A Comissão Federal para a Proteção contra Riscos Sanitários (Cofepris) autorizou o recurso à vacina russa na terça-feira (madrugada de quarta-feira em Lisboa), tendo o Ministério da Saúde assinado igualmente o contrato para o fornecimento de 24 milhões de doses, informou o responsável pela luta contra a pandemia no país.

As primeiras 400 mil doses deverão chegar ao país já este mês, disse López-Gatell.

O México foi um dos primeiros países do mundo a iniciar a vacinação, em 24 de dezembro, apostando em imunizar a população, de 130 milhões de habitantes, até março de 2022, mas o plano de imunização atrasou-se, devido a atrasos nas entregas da Pfizer e BioNTech.

A procura de vacinas é tão grande que o site lançado pelo Governo mexicano na terça-feira, para permitir o registo das pessoas com mais de 60 anos que desejam ser vacinadas, ficou demasiado congestionado, deixando de estar acessível.

A situação agravou-se nas últimas semanas. Em janeiro, o país contabilizou o maior número de mortes provocadas pela covid-19 desde o início da pandemia, um total de 32.729 óbitos.

Com a agravamento da situação, o México passou esta semana a ser o terceiro país no mundo com mais mortes por covid-19, depois dos Estados Unidos e Brasil, ultrapassando a Índia.

Na capital, 87% das camas dos hospitais estão cheias, com as ambulâncias que transportam os doentes infetados com o novo coronavírus a terem de esperar várias horas até receberem luz verde.

"Infelizmente, por causa da saturação dos hospitais e das linhas telefónicas, temos de esperar três a quatro horas antes de nos designarem um hospital e chegarmos lá", disse à agência de notícias Associated Press (AP) o chefe de ambulância Eduardo Vigueras.

Devido às dificuldades nos cuidados de saúde, algumas famílias acabam por optar por não enviar os doentes em estado grave para o hospital, temendo não voltar a vê-los, segundo os paramédicos.

Desde o início da pandemia, o México contabilizou 159.533 mortes e 1.874.092 casos confirmados de covid-19.

Só nas últimas 24 horas, o país registou 433 mortes provocadas pelo novo coronavírus e 4.384 casos, segundo os dados oficias.

O México iniciou a campanha de vacinação em 24 de dezembro, tendo já vacinado mais de 677 mil trabalhadores do setor da saúde, com mais de 45 mil a terem recebido a segunda dose, informaram as autoridades sanitárias.

O país conta com acordos para 34,4 milhões de doses da vacina da Pfizer, 77,4 milhões da britânica AstraZeneca, 35 milhões da CanSino e 51,5 milhões da plataforma Covax da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.237.990 mortos resultantes de mais de 103,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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