Myanmar. Aung San Suu Kyi está detida em casa e com boa saúde

A ex-líder de Myanmar, Aung San Suu Kyi, país que sofreu um golpe de Estado na segunda-feira, está "em detenção domiciliária" em Naypyidaw e "com boa saúde", disse hoje um porta-voz do partido de Suu Kyi.

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© REUTERS/Jorge Silva

Lusa
05/02/2021 12:20 ‧ 05/02/2021 por Lusa

Mundo

Myanmar

 

"Ela está em detenção domiciliária (...) e com boa saúde em casa" na capital Naypyidaw, disse Kyi Toe, porta-voz da Liga Nacional para a Democracia (LND).

Aung San Suu Kyi foi acusada de quebrar uma regra comercial obscura e vários outros líderes do NLD também foram detidos.

Várias centenas de manifestantes reuniram-se hoje em Rangum, numa manifestação contra o golpe que derrubou o Governo de Aung San Suu Kyi, enquanto os militares continuam a deter políticos e ativistas.

Centenas de professores e alunos reuniram-se em frente à Universidade Dagon, em Rangum, na primeira grande manifestação contra o golpe.

Os manifestantes fizeram a saudação de três dedos, um gesto de resistência usado pelos movimentos pró-democracia, especialmente na Tailândia, entoando uma velha canção popularizada durante o levante de 1988, violentamente reprimido pelo exército, e ainda "viva à Mãe Suu" Kyi.

O medo continua forte no país, que já viveu quase 50 anos sob regime militar, desde sua independência em 1948.

Mas a situação mudou desde as últimas repressões, em 1988 e 2007, e os birmaneses usam hoje a Internet para resistir. Grupos que pedem "desobediência civil" surgiram na rede social Facebook, a porta de entrada da Internet para milhões de habitantes.

Em resposta, os militares ordenaram que os provedores de Internet em todo o país bloqueassem o acesso à plataforma. Os seus serviços hoje ainda estão a sofrer perturbações.

O exército prendeu na segunda-feira a chefe do Governo civil de Myanmar, Aung San Suu Kyi, o Presidente Win Myint e vários ministros e dirigentes do partido governamental, proclamando o estado de emergência e colocando no poder um grupo de generais.

O golpe militar está a ser condenado por vários países e organizações que consideram ilegal e ilegítima a declaração do estado de emergência.

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