"Ela está em detenção domiciliária (...) e com boa saúde em casa" na capital Naypyidaw, disse Kyi Toe, porta-voz da Liga Nacional para a Democracia (LND).
Aung San Suu Kyi foi acusada de quebrar uma regra comercial obscura e vários outros líderes do NLD também foram detidos.
Várias centenas de manifestantes reuniram-se hoje em Rangum, numa manifestação contra o golpe que derrubou o Governo de Aung San Suu Kyi, enquanto os militares continuam a deter políticos e ativistas.
Centenas de professores e alunos reuniram-se em frente à Universidade Dagon, em Rangum, na primeira grande manifestação contra o golpe.
Os manifestantes fizeram a saudação de três dedos, um gesto de resistência usado pelos movimentos pró-democracia, especialmente na Tailândia, entoando uma velha canção popularizada durante o levante de 1988, violentamente reprimido pelo exército, e ainda "viva à Mãe Suu" Kyi.
O medo continua forte no país, que já viveu quase 50 anos sob regime militar, desde sua independência em 1948.
Mas a situação mudou desde as últimas repressões, em 1988 e 2007, e os birmaneses usam hoje a Internet para resistir. Grupos que pedem "desobediência civil" surgiram na rede social Facebook, a porta de entrada da Internet para milhões de habitantes.
Em resposta, os militares ordenaram que os provedores de Internet em todo o país bloqueassem o acesso à plataforma. Os seus serviços hoje ainda estão a sofrer perturbações.
O exército prendeu na segunda-feira a chefe do Governo civil de Myanmar, Aung San Suu Kyi, o Presidente Win Myint e vários ministros e dirigentes do partido governamental, proclamando o estado de emergência e colocando no poder um grupo de generais.
O golpe militar está a ser condenado por vários países e organizações que consideram ilegal e ilegítima a declaração do estado de emergência.