De acordo com informação do gabinete de imprensa e imagem da vice-presidência da Guiné Equatorial, "um carregamento histórico" de 100 mil doses da vacina da farmacêutica estatal chinesa Sinopharm chegou, na manhã de hoje, ao Aeroporto Internacional de Malabo, tendo sido recebida pelo vice-presidente, Teodoro Nguema Obiang Mangue, numa cerimónia que contou com algumas das mais altas individualidades equato-guineenses.
Na ocasião, o também filho do chefe de Estado, Teodoro Obiang, reafirmou a sua intenção de ser o primeiro a tomar a vacina no país "para dar o exemplo" e sensibilizar para a importância da imunização.
A embaixadora da China em Malabo, Qi Mei Mei, sublinhou que a entrega destas 100 mil doses da vacina "vem consolidar a vontade de ambos os governos de colaborar permanentemente" e de "darem as mãos para combater o coronavírus".
Por seu turno, Teodoro Nguema Obiang Mangue, que é também presidente do Comité Político de Vigilância e Resposta à Covid-19, agradeceu a ajuda que qualificou de "emergência", num momento em que "a curva de contágios no país conheceu um novo aumento desde o último mês de novembro de 2020".
Para o político equato-guineense a doação da vacina chinesa mostra mais uma vez "os frutos das excelentes relações diplomáticas que unem os dois Estados".
Com estas primeiras 100 mil doses, será possível vacinar 50 mil pessoas, cerca de 4 % da população da Guiné Equatorial, dando arranque à primeira fase do plano de vacinação, que abrangerá prioritariamente trabalhadores da saúde em contacto direto com doentes de covid-19, pessoas de alto risco e funcionários que trabalham em pontos de entrada no país e contactam com turistas, explicaram as autoridades.
A vacina da Sinopharm é aprovada na China para uso público geral e está também a ser utilizada em vários outros países, nomeadamente em estudos clínicos nos Emirados Árabes Unidos.
Em África, as Seychelles começaram o seu programa de vacinação em janeiro com 50 mil doses de vacinas da Sinopharm, oferecidas pelos Emirados Árabes Unidos, e 100 mil doses da AstraZeneca/Oxford, produzidas pelo Instituto Sérum da Índia e oferecidas pelo Governo indiano.
Egito, Marrocos, Tunísia e Argélia foram outros países que encomendaram vacinas à Sinopharm, que está também em conversações para fornecer vacinas a países como o Senegal ou o Botsuana.
Duas vacinas contra a covid-19 de empresas chinesas, incluindo a da Sinopharm, desencadearam imunidade contra a variante do coronavírus altamente transmissível encontrada pela primeira vez na África do Sul, segundo um estudo de laboratório divulgado no início de fevereiro.
Como parte da denominada "diplomacia das vacinas", em maio, o Presidente chinês, Xi Jinping, abordou as necessidades de vacinas dos países em desenvolvimento, oferecendo-se para fornecer a vacina chinesa como um "bem público" a um preço acessível.
Em outubro, Liu Jingzhen, presidente da Sinopharm, disse a 50 diplomatas africanos que visitaram uma fábrica da farmacêutica, na China, que uma vez desenvolvida a vacina, a empresa tomaria a "liderança" na distribuição do imunizante aos países africanos.
África regista um total de 96.241 óbitos por covid-19 e 3.690.488 de infetados em 55 países e territórios, de acordo com os dados mais recentes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).
Desde o início da pandemia, a Guiné Equatorial notificou 87 óbitos e 5.614 casos de infeção pelo novo coronavírus.
O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro de 2020, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.325.744 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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