O bispo Valente Bizerra Luís foi eleito líder da IURD em Angola e avançou que "a nova liderança da igreja vai aprofundar a implementação de programas sociais em benefício das comunidades, especificamente a educação, formação académica e profissional", segundo a agência noticiosa angolana.
A legitimidade desta assembleia-geral é, no entanto, contestada pela IURD Angola, da qual saiu a ala dissidente e agora legitimada, e que interpôs uma medida cautelar para travar a reunião da Comissão de Reforma marcada para 13 de fevereiro.
Segundo a IURD, a liderança da igreja originariamente criada no Brasil é representada no país africano pelo angolano António Miguel Ferraz, na qualidade de vice-presidente do conselho de direção.
Citado pela ANGOP, o novo líder da IURD Angola referiu que os dias turbulentos, que espera serem ultrapassados com a eleição dos membros da nova direção, devem servir, por um lado, de motivação para a reconciliação entre os filhos da Universal, e, por outro lado, continuar com o processo de reforma da igreja.
Desde setembro de 2020, que o património da IURD Angola está sob gestão do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), devido ao desentendimento entre os pastores angolanos e brasileiros, que são acusados pelos primeiros de branqueamento de capitais, fraude fiscal e associação criminosa.
A representação brasileira da IURD contra-atacou e avançou igualmente com processos judiciais contra os dissidentes angolanos.
A crise na IURD em Angola resulta de divergências entre pastores e bispos angolanos e brasileiros sobre a gestão dessa instituição e queixas de humilhações, discriminação e crimes económicos.
Após meses de conflitos e convulsões internas, a IURD em Angola cindiu-se, tendo a ala dissidente (angolana) criado uma Comissão de Reforma, em divergência com a direção brasileira, que agora diz estar legitimada numa nova IURD de Angola.
A Procuradoria-Geral da República de Angola apreendeu e mandou encerrar, no ano passado, as catedrais da IURD em várias províncias angolanas pela alegada prática dos crimes de associação criminosa, fraude fiscal, exportação ilícita de capitais e outros ilícitos de natureza análoga, na sequência da disputa entre os dissidentes da ala angolana e os pastores brasileiros da igreja fundada por Edir Macedo.