A informação é noticiada hoje pela agência Associated Press, que cita o porta-voz Mansour Boulad, do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Sudão, responsável que não forneceu mais informação sobre a convocatória do embaixador Gamal al-Sheikh.
No domingo, o Ministério afirmou que as tropas etíopes tinham atravessado a fronteira com o Sudão e alertou para as "graves consequências" para a estabilidade e segurança da região.
A tensão fronteiriça entre Sudão e Etiópia intensificou-se nos últimos meses, depois de o Cartum ter destacado tropas para territórios que dizia estarem ocupados por milícias e agricultores etíopes.
Desde dezembro, mais de uma dúzia de cidadãos do Sudão, incluindo militares, morreram em ataques transfronteiriços pelas forças etíopes na província sudanesa de Al-Qadarif, segundo Cartum.
A disputa tem como epicentro grandes áreas de terras aráveis que o Sudão diz pertencerem ao seu território em al-Fashqa e que agricultores etíopes têm cultivado durante anos.
Os dois países realizaram várias rondas de diálogo com o objetivo de resolver a disputa, tendo a mais recente acontecido em Cartum, em dezembro, mas não foram alcançados quaisquer progressos.
Cartum diz ter reclamado a maioria dos seus territórios e apelou à Etiópia para remover as suas tropas de pelo menos dois pontos que diz ficarem no Sudão.
Por seu lado, Adis Abeba acusou o Sudão de se aproveitar do conflito mortífero na província nortenha de Tigray para entrar no seu território e pilhar, matar civis e provocar milhares de deslocados.
A Etiópia instou os militares sudaneses a regressarem às suas posições antes do início do conflito em Tigray, que colocou frente a frente forças federais e regionais.
O Sudão rejeita as acusações e insiste que destacou as suas tropas para os seus territórios, citando um acordo que demarcou as fronteiras entre as duas nações no início do século XX.