A prorrogação foi aprovada com o apoio dos deputados do partido de Orbán, o Fidesz, tendo sido contestada pelas forças da oposição, que rejeitam os poderes extraordinários atribuídos ao executivo ao abrigo da figura do estado de emergência.
Os partidos da oposição acusam o Governo húngaro de estar a aproveitar a atual situação para adotar medidas que, segundo defendem os opositores de Viktor Orbán, excedem as questões sanitárias e a crise epidemiológica.
Um desses exemplos é um conjunto de medidas que visam reduzir os meios financeiros de municípios que são liderados por forças da oposição, de acordo com Tamás Harangozó, membro e deputado do Partido Socialista húngaro, citado pelas agências internacionais.
Já a Coligação Democrática (social-liberal) criticou, por sua vez, um decreto-lei que autoriza o uso de vacinas que tenham sido administradas em mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, critério que permitiu a Budapeste dar "luz verde" à vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica estatal chinesa Sinopharm.
A Hungria tornou-se o primeiro país na União Europeia (UE) a comprar esta vacina desenvolvida na China, tendo recebido, na passada terça-feira, 550 mil doses de um total de cinco milhões doses encomendadas.
Neste momento, o uso da vacina da Sinopharm não está autorizado no território europeu.
A Hungria, que tem apontado críticas ao programa comum de compra de vacinas da UE, também se desmarcou dos parceiros comunitários quando concordou em comprar doses da vacina russa, a Sputnik V.
A vacina Sputnik V já começou a ser administrada no território húngaro, enquanto o processo de inoculação com o fármaco da Sinopharm deverá arrancar na próxima quarta-feira, avançou hoje o órgão operacional responsável pelo combate à covid-19.
Com uma população de quase 10 milhões de pessoas, a Hungria contabiliza, até à data, 453.457 pessoas vacinadas, a maioria inoculada com fármacos autorizados pelas autoridades europeias competentes, ou seja, com as vacinas desenvolvidas pelas farmacêuticas ocidentais Pfizer/BioNTech, AstraZeneca/Oxford e Moderna.
Nas últimas 24 horas, o país registou 2.623 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e 48 mortes associadas à doença covid-19.
A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 2.466.453 mortos no mundo, resultantes de mais de 111 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetado em dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.