No final de março, o governo checo receberá as primeiras 20 mil doses da vacina russa, segundo o jornal Lidové Noviny, uma publicação que pertence - através de um fundo fiduciário -- ao primeiro-ministro, Andrej Babis.
A Sputnik V ainda não recebeu a aprovação da agência estatal para o controle de medicamentos da República Checa, nem da Agência Europeia de Medicamentos.
Adrej Babis iniciou negociações com o ministro da Indústria e Comércio da Rússia, Denis Mantúrov, para adquirir as vacinas, das quais foram solicitadas 500 mil doses para vacinar 250 mil pessoas, de acordo com o jornal Lidové Noviny.
A operação contou com o apoio do chefe de Estado checo, Milos Zeman, que tem defendido a compra da vacina russa para controlar a crise sanitária no país que tem a segunda maior incidência de mortes com covid-19 na UE.
Zeman, que defende uma reaproximação com a Rússia, procurou o apoio do seu homólogo russo, Vladimir Putin, para garantir o sucesso na iniciativa de aquisição das vacinas Sputnik V.
Recebida pela primeira vez com ceticismo, a Sputnik V - batizada em homenagem ao primeiro satélite soviético - já convenceu muitos especialistas da sua eficácia.
A revista médica especializada The Lancet publicou resultados segundo os quais a vacina tem uma eficácia de 91,6% na prevenção dos sintomas da covid-19.
As autoridades russas estão a tentar fazer acordos de produção em todo o mundo, em vez de exportarem as suas vacinas, por falta de capacidade suficiente para atender os pedidos nacionais, que consideram a prioridade.
A República Checa, com 10,71 milhões de habitantes, tem a segunda taxa de mortalidade do mundo, segundo a média dos últimos sete dias, com 15,19 mortes por milhão de habitantes, atrás da Eslováquia, com 18,13, segundo dados do portal "O nosso mundo em dados", vinculado à Universidade de Oxford.
O país da Europa Central, que está a sofrer atrasos no seu plano nacional de vacinação devido à ausência de doses disponíveis, registou 16.642 casos positivos nas últimas 24 horas, o quarto valor mais alto desde o início da pandemia.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.549.910 mortos no mundo, resultantes de mais de 114,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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