Uma barreira edificada para proteger o Palácio Nacional do México devido a manifestações marcadas para esta segunda-feira, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, foi transformada num mural de homenagem a mulheres vítimas de femicídio no país.
De acordo com a BBC, centenas de nomes de mulheres vítimas de homicídios levados a cabo por questões de género foram pintados nesta barreira de metal.
A estrutura, com cerca de três metros de altura, foi colocada com o objetivo de evitar atos de vandalismo durante as marchas feministas, previstas para hoje, na Cidade do México.
Junto ao agora mural de homenagem, dezenas de grupos de mulheres acusam o Executivo mexicano de não fazer o suficiente para combater os femicídios no país e criticam o presidente Andrés Manuel López Obrador por edificar barreiras à volta do palácio em causa.
O chefe do Estado já reagiu e esclareceu que as barreiras foram colocadas "não por medo, mas para prevenir provocações e proteger o edifício histórico".
"Da última vez, foram atiradas bombas contra este edifício histórico", acrescentou o presidente, referindo-se às manifestações que ocorreram em fevereiro do ano passado, na sequência do homicídio de uma criança, de sete anos. Na altura, durante os protestos, foram atiradas bombas de petróleo contra o palácio e escritas palavras de ordem em spray nas portas do mesmo edifício.
As manifestações, desta segunda-feira, têm como objetivo chamar a atenção para as centenas de mulheres que são mortas todos os anos no México por questões de género. Segundo dados governamentais, pelo menos 939 mulheres foram vítimas de femicídio em 2020.
Dezenas de protestos de mulheres estão marcados para hoje por todo o país.
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