Opositor do Senegal acusado de violação e libertado sob supervisão

O principal opositor do Senegal, Ousmane Sonko, cuja detenção causou agitação no país, foi hoje acusado num processo de violação contra uma jovem mulher, mas o juiz ordenou a sua libertação sob supervisão judicial, segundo os seus advogados.

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© Reuters

Lusa
08/03/2021 13:00 ‧ 08/03/2021 por Lusa

Mundo

Senegal

"Ele vai para casa. Ele é livre", disse um dos seus advogados, Etienne Ddione, depois de o seu cliente ter sido apresentado ao juiz.

Após vários dias de tumultos, o resultado desta apresentação foi visto como um fator importante para o futuro, consoante a decisão do juiz.

Dakar acordou hoje com tanques do exército nas ruas, no início de um dia de protestos de alto risco no país.

O Governo colocou um forte dispositivo de segurança na capital, em antecipação das manifestações anunciadas e da apresentação a um juizde Ousmane Sonko.

A detenção de Sonko, a 03 de março, originou três dias de confrontos entre jovens e as forças da lei, pilhagens e saque num país de 16 milhões de pessoas, geralmente considerado uma ilha de estabilidade política.

Pelo menos cinco pessoas foram mortas, com a imprensa a relatar números mais elevados, mas dificilmente confirmáveis.

Sonko estava hoje no tribunal às 05:30, à espera da sua apresentação ao juiz, marcada para as 11:00 da manhã, segundo disse à rádio um dos seus advogados, Sheikh Khouraissy Ba.

A área em redor do tribunal foi isolada e os veículos blindados posicionados nas proximidades, segundo um jornalista da agência AFP. Outros veículos blindados do exército, equipados com metralhadoras, foram colocados à entrada de um bairro popular que foi palco de confrontos na semana passada.

Uma coluna de uma dúzia de tanques semelhantes foi vista a passar pela Praça da Independência, o centro do distrito do Plateau, a sede das principais instituições, incluindo a Presidência. Esta última também viu reforçada a segurança e o acesso vedado.

Sonko, que terminou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2019 e se esperava que fosse um dos principais candidatos nas eleições presidenciais de 2024, foi oficialmente preso por perturbar a ordem pública quando se dirigia ao tribunal para responder a acusações de violação, apresentadas contra ele por uma empregada de um salão de beleza, onde ia receber uma massagem para aliviar as dores nas costas.

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