Coreia do Norte rejeita diálogo até que EUA acabem com "política hostil"

A Coreia do Norte rejeitou hoje qualquer diálogo com os Estados Unidos até que os norte-americanos acabem com a sua "política hostil" em relação ao regime de Kim Jong-un.

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Lusa
18/03/2021 06:28 ‧ 18/03/2021 por Lusa

Mundo

Diplomacia

Poucas horas antes de o enviado do presidente norte-americano Joe Biden iniciar em Seul uma ronda de contactos sobre a Península da Coreia, o ministro norte-coreano Choe Son Hui afirmou à agência noticiosa estatal norte-coreana, KCNA, que apenas com uma mudança de política será possível retomar o diálogo.

"Não poderá haver qualquer contato ou diálogo entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos até que os norte-americanos terminem com a sua política hostil em relação à Coreia do Norte", disse o governante à agência oficial do regime, citada pela sul-coreana Yonhap.

Esta semana, a irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Yo Jong, "alertou o novo governo dos EUA para que, se quiser a paz, deve evitar `causar mau cheiro'".

As declarações de Kim Yo Jong, que tem vindo a assumir maior protagonismo no regime norte-coreano, surgem depois de a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, ter afirmado na semana passada que foram infrutíferas diversas tentativas de contacto com a Coreia do Norte desde que Joe Biden assumiu o cargo, há quase dois meses.

"Há mais de um ano que não há diálogo ativo com a Coreia do Norte, apesar das várias tentativas de abordagem dos Estados Unidos", disse Psaki.  

O ex-presidente Donald Trump realizou três cimeiras com Kim Jong Un, e ambos os líderes mantiveram contacto, mas a recusa pelos Estados Unidos de pedidos norte-coreanos para abrandamento das sanções sobre o país, terão estado na origem do afastamento.

Washington condicionou o abrandamento de sanções a medidas do regime norte-coreano para desmantelar seu programa nuclear, o que ele Kim Jong Un se recusou a fazer.    

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse hoje que o regime de Pyongyang "continua a cometer abusos sistemáticos e generalizados" contra o povo norte-coreano.

Durante uma reunião com o seu homólogo sul-coreano, Chung Eui-yong, em Seul, Blinken sublinhou ainda a importância da aliança entre Seul e Washington, dizendo que "se baseia na amizade e na confiança mútua e em valores compartilhados".

As palavras de Blinken vão ao encontro do que foi dito hoje pelo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, também em visita a Seul, e salientam a ideia de que Washington deseja fortalecer a aliança com a Coreia do Sul.

O chefe da diplomacia sul-coreana disse que essa aliança é a "base" da diplomacia de Seul e o "centro" de paz e prosperidade no nordeste da Ásia, expressando a esperança num desenvolvimento "robusto, abrangente e mutuamente benéfico" entre os dois países.

Blinken e Austin voltam a encontrar-se com Chung na sexta-feira, assim como com o ministro da Defesa sul-coreano, Suh Wook, devendo discutir a nova estratégia para abordar o programa nuclear norte-coreano e a paz na península.

Leia Também: Casa Branca evita comentar ameaças de Pyongyang

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