Delegações estrangeiras continuam a chegar a Damasco

Duas semanas após a queda do regime de Bashar al-Assad, as delegações estrangeiras continuam a chegar a Damasco, onde o novo líder sírio recebeu hoje o chefe da diplomacia jordana, Ayman Safadi, e enviados do Qatar e de Itália.

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© Mohammed bin Abdulaziz Al-Khulaifi

Lusa
23/12/2024 18:53 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Síria

Depois de se ter reunido no domingo com o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, e com uma delegação saudita de alto nível, Ahmad al-Charaa avistou-se hoje com Safadi, que manifestou apoio da Jordânia à reconstrução da Síria, sem derramamento de sangue após 13 anos de uma guerra devastadora.

 

O líder sírio, anteriormente conhecido pelo seu nome militar Abu Mohamed al-Jolani, recebeu também uma numerosa delegação do Qatar, chefiada pelo ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros, Mohammed bin Abdelaziz al-Khulaifi.

Safadi é o primeiro alto dirigente jordano a visitar a Síria desde a queda de Bashar al-Assad, após uma ofensiva relâmpago de uma coligação de rebeldes liderada pelo grupo radical Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), liderado por Ahmad al-Charaa.

A televisão estatal jordana al-Mamlaka relatou discussões sobre oportunidades de colaboração em áreas como o comércio, a gestão de fronteiras, a ajuda humanitária ou a segurança.

O responsável jordano manifestou apoio a "um governo que represente todas as tendências na Síria", bem como a "uma nova Constituição", acrescentando que "os países árabes concordaram em apoiar a Síria nesta fase sem qualquer interferência externa".

A Jordânia, que faz fronteira com a Síria a sul, acolhe cerca de 680 mil refugiados sírios registados pelas Nações Unidas, mas Amã afirma ter recebido cerca de 1,3 milhões de pessoas que fugiram da guerra.

Desde a queda de Bashar al-Assad, em 08 de dezembro, quase 13 mil sírios regressaram a casa através das fronteiras da Jordânia, segundo o Ministério do Interior jordano.

Também uma delegação do Qatar chegou hoje ao aeroporto de Damasco, "a bordo do primeiro avião da Qatar Airways a aterrar no aeroporto sírio" desde a queda de Assad, escreveu o porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros qatari, Majed al-Ansari, na rede X.

"Esta visita ocorre após uma rutura diplomática de aproximadamente 13 anos devido às tentativas brutais do antigo regime de suprimir a revolução do povo sírio", afirmou o Ministério em comunicado.

Na sua mensagem, o Qatar deseja "reafirmar (...) o compromisso inabalável" com o povo sírio, "respeitando a soberania, a independência, a unidade e a integridade territorial" do país.

"O lado do Qatar manifestou a sua disponibilidade para lançar investimentos em grande escala na Síria em vários domínios, particularmente no setor energético", disse por sua vez al-Charaa aos jornalistas após a reunião.

"A Síria e o seu povo precisam de apoio nesta fase importante (...) Isto requer esforços concertados de todos, especialmente no que diz respeito ao levantamento de sanções e futuros projetos de desenvolvimento", defendeu Khulaifi.

Um responsável do Qatar disse à agência France Presse (AFP) que uma equipa técnica acompanhava a delegação para avaliar a capacidade do aeroporto de Damasco para retomar as suas operações.

"O Qatar ofereceu-se para prestar apoio técnico para a retoma dos voos comerciais e de carga, bem como para garantir a manutenção do aeroporto durante a fase de transição", acrescentou o responsável.

Também a Itália confirmou hoje contactos, através de uma missão diplomática em Damasco, com as novas autoridades sírias.

"Queremos desempenhar um papel ativo na reunificação da situação na Síria, na pacificação e na estabilização" do país, segundo o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, citado pela agência ANSA, durante uma visita ao Kosovo.

Além disso, uma fonte próxima do governo saudita disse à AFP na segunda-feira que uma delegação de alto nível também se reuniu no domingo em Damasco com Charaa, o primeiro contacto oficial conhecido entre o governo saudita e a nova administração síria.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, por sua vez, manifestou hoje o seu apoio à soberania da Síria após a queda do seu antigo aliado Bashar al-Assad, ao mesmo tempo que afirmou que "não [tem] contacto direto" com os novos líderes sírios.

Leia Também: Curdos sírios lançam ataque contra rebeldes pró-turcos junto a barragem

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