Brasil com 86 mil casos e 2.724 óbitos, o segundo maior registo diário

País sul-americano reporta hoje mais 2.724 óbitos associados à Covid-19, o terceiro dia consecutivo em que o país reporta mais de 2.600 mortes. Questionado pelos jornalistas sobre o agravamento da situação pandémica no país, Jair Bolsonaro questionou se "só se morre de Covid" no Brasil.

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© Fernando Souza/picture alliance via Getty Images

Anabela Sousa Dantas com Lusa
18/03/2021 22:27 ‧ 18/03/2021 por Anabela Sousa Dantas com Lusa

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O Ministério da Saúde brasileiro notificou, esta quinta-feira, mais 86.982 casos de infeção por novo coronavírus, uma descida em relação ao dia anterior (90.303), quando se registou o maior número de casos registado em 24 horas desde o início da pandemia no país.

O número acumulado de casos confirmados no país, desde 26 de fevereiro, é agora de mais de 11,7 milhões, segundo o site do Ministério da Saúde.

A tutela reporta ainda mais 2.724 mortos nas últimas 24 horas, quando na quarta-feira foram notificados 2.648. No dia anterior, terça-feira, foi atingido um novo máximo diário neste indicador (2.841).

O total de vítimas mortais acumuladas, por motivo do vírus SARS-CoV-2, é de 287.499.

A incidência de óbitos é agora de 137 por cada 100 mil habitantes e a de contágios é de 5.606 por cada 100 mil habitantes.

A Prefeitura de São Paulo, maior cidade do Brasil com mais de 11 milhões de habitantes, tem cerca de 500 pacientes com Covid-19 a aguardar por uma cama disponível em hospitais, informou hoje o autarca Bruno Covas, admitindo que este "é um momento de extrema gravidade".

A primeira morte em São Paulo por falta de camas de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes infetados foi confirmada hoje por Covas, que alertou para a situação.

O prefeito garantiu que a autarquia trabalha para aumentar a capacidade hospitalar, mas ressaltou que a situação está "muito difícil" a ponto de a rede privada pediu para transferir pacientes para a pública.

Além de atravessar o momento mais crítico da pandemia, com o colapso das redes públicas e privadas de saúdes, os estoques de 22 medicamentos utilizados na intubação de pacientes infetados em estado grave está a chegar ao limite, noticiou o jornal Folha de S.Paulo, que ouviu relatos de médicos, empresas, gestores da saúde e entidades médicas.

O Brasil confia na sua campanha de imunização para travar o agravamento da doença, mas esta avança lentamente no país devido à falta de antecipação nas encomendas de doses de vacinas e atrasos nas entregas.

Aos 73 anos, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, recebeu hoje o imunizante contra a covid-19, sendo o primeiro membro do alto escalão do Governo de Jair Bolsonaro a ser vacinado. Heleno compartilhou o momento em que recebeu a primeira dose nas suas redes sociais e destacou ter sido uma escolha pessoal.

"Hoje recebi a primeira dose da vacina contra a Covid-19. O Governo Federal defende a imunização em massa e trabalha intensamente para viabilizar, no menor prazo possível, a vacinação de todos os brasileiros. É uma ação voluntária. Foi a minha escolha", disse o ministro, um dos mais próximos de Jair Bolsonaro, que, por sua vez, já garantiu que não tomará o imunizante.

Jair Bolsonaro disse esta quinta-feira que há uma guerra contra si e questionou se "só se morre de Covid-19" no país, um dos mais afetados pela pandemia no mundo.

"Qual país do mundo que está tratando bem o negócio da Covid-19? Me aponte um. Todo lugar está morrendo gente. Mas aqui virou uma guerra contra o presidente (...) Esses caras que querem me derrubar, o que vocês fariam no meu lugar?", questionou Bolsonaro aos seus apoiantes junto ao Palácio da Alvorada, em Brasília.

Leia Também: AO MINUTO: Suspensão atrasou vacinação de "120 mil pessoas" em Portugal

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