A chegada estava prevista para hoje de manhã com cerca de mil pessoas a bordo, segundo anunciou a petrolífera Total na terça-feira, mas o número de pessoas acolhidas em Afungi foi maior, disse a mesma fonte, sem quantificar.
Entretanto, a viagem em alto mar está a ser dificultada por mau tempo no percurso de 200 a 300 quilómetros até Pemba, capital provincial, a par de dificuldades técnicas.
A chegada está agora prevista para a próxima noite, acrescentou.
O navio transporta cerca de mil deslocados, a maioria população mais carenciada que fugiu do ataque de quarta-feira, dia 24, à vila de Palma e que tem passado por dificuldades por falta de alimentos, água e abrigo junto ao recinto do projeto de gás, local onde procuraram segurança.
Segundo fonte da petrolífera Total, a prioridade para transporte é dada às pessoas mais vulneráveis.
Desde domingo que diversas embarcações, privadas e outras organizadas pela Total e autoridades, têm transportado pessoas para Palma, num número que já deverá ser superior a 2.000, mas sem confirmação oficial.
Os deslocados em Afungi serão só uma parte dos milhares em fuga e que avançaram em diferentes direções atravessando o mato desde quarta-feira, alguns chegando à fronteira com a Tanzânia, 50 quilómetros a norte.
Fonte ligada a operações de resgate e segurança disse à Lusa que ainda há população refugiada em praias do distrito de Palma a aguardar transporte e que ainda não há sinais claros de controlo da vila pelas forças militares, apesar de haver operações em curso.
Ao mesmo tempo, o movimento aéreo de avionetas no aeroporto de Pemba cresceu, com algumas empresas a recorrerem a meios aéreos para transportar funcionários que ainda se encontram no recinto em construção em Afungi.
A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.
O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou na segunda-feira o controlo da vila de Palma, junto à fronteira com a Tanzânia.
Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora haja relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.
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