Presidente interino sírio promete "monopólio" do Estado sobre as armas 

O presidente interino da Síria comprometeu-se hoje a garantir o "monopólio" do Estado sobre as armas, ao abrir a conferência de diálogo nacional sobre o futuro do país, iniciada dois meses e meio após a queda de Bashar al-Assad.

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© Jörg Blank/picture alliance via Getty Images

Lusa
25/02/2025 12:47 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Síria

Ahmad al-Chareh foi nomeado presidente interino em janeiro, na sequência da ofensiva do grupo radical islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que tomou o poder em Damasco a 08 de dezembro, e anunciou que iria instaurar um diálogo nacional durante o período de transição.

 

Representantes da sociedade civil, comunidades religiosas, figuras da oposição e artistas estão a participar nesta conferência em Damasco, que é suposto representar todos os sírios após 13 anos de guerra civil.

Mas a administração autónoma liderada pelos curdos, que controla grande parte do nordeste da Síria, e o seu braço armado, as Forças Democráticas da Síria (SDF), não foram convidados. Segundo os organizadores, nenhuma entidade armada recebeu um convite.

Hoje, 35 partidos da administração autónoma curda denunciaram a representação "puramente simbólica" na conferência, que, afirmam, "não reflete a realidade das componentes da sociedade síria".

"[Estas conferências] não têm significado nem valor e [...] não contribuirão para encontrar soluções concretas para a crise que o país atravessa", acrescentaram os partidos.

"A Síria não aceita a divisão, é um todo integrado e a sua força reside na sua unidade. O monopólio das armas nas mãos do Estado não é um luxo, mas um dever e uma obrigação", afirmou al-Chareh no discurso de abertura.

O novo governo já tinha anunciado a dissolução do exército sírio e de todas as fações rebeldes armadas, incluindo o HTS, liderado pelo próprio al-Chareh. 

Em meados deste mês, criou uma comissão de sete pessoas, incluindo duas mulheres, para preparar a conferência.

Dois membros desta comissão afirmaram no domingo que tinham sido organizadas reuniões "em várias províncias sírias, com a participação de cerca de 4.000 homens e mulheres".

A comissão preparatória tinha assegurado que a conferência se centra na justiça de transição, na Constituição, na reforma institucional e económica, na unidade do território sírio, bem como nas liberdades públicas e individuais e nas liberdades políticas.

Neste contexto, al-Chareh anunciou hoje a criação de uma comissão para trabalhar sobre a justiça de transição com o objetivo de "restaurar os direitos" dos sírios.

"Há dois meses que trabalhamos para processar os autores de crimes contra os sírios e vamos trabalhar para formar uma comissão para a justiça de transição que irá restaurar os direitos das pessoas e, se Deus quiser, fazer-lhes justiça, bem como aos criminosos", disse.

A conferência representa "a primeira etapa de um longo processo" destinado a "construir uma nova identidade nacional síria que preserve a paz civil" e deverá emitir recomendações "que servirão de base" para um plano de reforma das instituições, segundo a comissão preparatória.

Um governo provisório foi encarregado de gerir os assuntos quotidianos até 01 de março, data em que a Síria deverá eleger um novo governo que reflita a "diversidade" do povo sírio, de acordo com as novas autoridades.

Ahmad al-Chareh tinha anteriormente declarado que as forças lideradas pelos curdos deveriam ser integradas no exército nacional e rejeitado a ideia de autonomia.

Os curdos sírios mostraram sinais de abertura e as duas partes estão em conversações sobre várias questões.

"A paz nacional é um dever de todos os cidadãos. Continuaremos a seguir uma política que proteja os interesses do povo sírio, sem qualquer pressão externa ou 'diktat'", reafirmou hoje o chefe da diplomacia síria, Assaad al-Chaibani.

Leia Também: Síria. Presidente defende que Estado deve tomar posse de todas as armas

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