De acordo com a organização Mulheres da Mátria Latinoamericana (Mumalá), foram também contabilizadas "89 tentativas de feminicídios e 65 meninos e meninas adolescentes ficaram órfãos e sem mãe por causa destes crimes", disse Silvia Ferreyra, coordenadora da organização.
Na última atualização do seu registo nacional, a organização feminista contabilizou um total de 94 mortes violentas de mulheres, travestis e trans no primeiro trimestre do ano, o que equivale a uma morte violenta a cada 23 horas.
Desse número total, 62 são feminicídios, sejam vinculados (com ligação à vítima) ou a trans/travesti, ao passo que outras 14 mortes correspondem a casos que ainda estão a ser investigados pela justiça.
Também se produziram 12 assassínios machistas vinculados a atividades delituosas, como o narcotráfico, vinganças, dívidas, roubos, e ainda seis suicídios feminicidas.
A maioria (51) dos feminicídios do primeiro trimestre na Argentina foram assassínios diretos, e 10 foram indiretos (meninos ou meninas relacionados com a mulher que sofreu violência machista) e ainda um assassínio de uma pessoa trans/travesti.
Cerca de 63% dos feminicídios foram cometidos pelos parceiros ou ex-parceiros das vítimas, e em apenas 3% se desconhece a ligação entre o agressor e a mulher assassinada.
De acordo com os dados, 71% dos crimes foram cometidos na habitação da vítima, e apenas 25% das mulheres vítimas de feminicídios tinha denunciado previamente o seu agressor.