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Alfredo Casimiro substitui Paulo Neto Leite como CEO da Groundforce

Paulo Neto Leite deixa hoje de ser presidente executivo (CEO) da Groundforce, cargo que passará a ser exercido pelo presidente do Conselho de Administração, Alfredo Casimiro, acionista privado da empresa de 'handling', segundo foi anunciado.

Alfredo Casimiro substitui Paulo Neto Leite como CEO da Groundforce
Notícias ao Minuto

22:45 - 05/04/21 por Lusa

Mundo Groundforce

De acordo com carta aos trabalhadores da Groundforce, a que a Lusa teve acesso, Paulo Neto Leite mantém as suas funções enquanto administrador, mas "cessa com efeitos imediatos de exercer qualquer função executiva".

"Para garantir uma mais eficiente capacidade de resposta e uma necessária coesão na gestão da companhia, foi decidido em Conselho de Administração alterar a composição da Comissão Executiva passando o presidente do Conselho de Administração a assumir também a presidência da Comissão Executiva", refere Alfredo Casimiro na comunicação aos trabalhadores da empresa de assistência nos aeroportos.

Em comunicado, a Pasagol, de Alfredo Casimiro, acionista maioritário da Groundforce (50,1%), explica que "a destituição de Paulo Neto Leite, com efeitos imediatos, justifica-se por um conjunto de situações que configuraram uma violação grave dos deveres de lealdade".

"Os acionistas entenderam que a confiança no até aqui CEO foi ferida de morte e que este não tem condições para conduzir os negócios sociais da empresa ou para se envolver na procura de soluções sustentáveis para a Groundforce", refere.

Na carta aos trabalhadores, Alfredo Casimiro recorda que as restrições à circulação na aviação, devido à pandemia de covid-19, afetaram a tesouraria e os resultados da empresa de 'handling'.

"Desde a primeira hora que recorremos aos instrumentos que o estado português disponibilizou às empresas, particularmente solicitando ao ministro da tutela um aval de estado para um financiamento essencial à manutenção da atividade da empresa. Não tendo sido obtido este aval a Groundforce mergulhou numa profunda crise de tesouraria cuja principal consequência foi a incapacidade de pagamento atempado dos salários de fevereiro", refere, sublinhando que "este financiamento é essencial".

Em 19 de março, depois de várias negociações, a Groundforce e TAP chegaram a um acordo, em que a companhia aérea adquiriu por cerca de sete milhões de euros equipamentos da empresa de 'handling' (assistência nos aeroportos), que passa a pagar à TAP pelo aluguer deste material. Este acordo permitiu desbloquear provisoriamente o impasse na empresa e pagar os salários em atraso aos 2.400 trabalhadores.

O acordo foi fechado com três votos a favor - os dois administradores nomeados pela TAP e o presidente executivo da empresa de 'handling', Paulo Neto Leite-, a abstenção do presidente do Conselho de Administração, Alfredo Casimiro, e um voto contra, disse então à Lusa fonte ligada ao processo.

Segundo adiantou à Lusa a mesma fonte, os dois administradores da Groundforce nomeados pela TAP, acionista minoritário (49,9%), aprovaram o acordo, a que se juntou o presidente executivo da empresa de 'handling', Paulo Neto Leite (nomeado pela Pasogal), que já tinha manifestado na véspera a sua intenção de validar o acordo proposto pela TAP.

Por seu lado, o presidente da Pasogal absteve-se e o outro administrador nomeado pelo acionista privado, Gonçalo Carvalho, votou contra.

A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português e que é acionista minoritário e principal cliente da empresa que presta assistência nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.

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