"Temos informação de 18 novas mortes de profissionais da saúde, relacionadas com a covid-19, atingindo 442 [vítimas no total], enquanto os porta-vozes oficiais reportam 1.678 mortes totais no país", explica na sua conta do Twitter.
Os dados fazem parte de um registo que a própria ONG realiza desde 16 de junho de 2020, "com base em critérios clínicos, epidemiológicos, de radiodiagnóstico e de laboratório (PR/RT-PCR)".
"Deve ser declarada uma emergência nacional e assistir os trabalhadores", afirma a MUV.
Por outro lado, a Academia de Medicina e a Academia de Ciências Físicas, Matemáticas e Naturais, da Venezuela, emitiram um comunicado conjunto alertando que "perante uma nova onda epidémica, é urgente vacinar" a população "com vacinas de reconhecida segurança e eficácia, não com produtos experimentais".
"A maioria dos países organiza as estratégias de controle da covid-19 em função de acelerar os planos de vacinação a pelo menos 70% da sua população. Esta é a forma mais eficaz e segura de sair da pandemia", explicam.
"Uma limitada cobertura de vacinas junto com novas ondas epidémicas é o pior cenário epidemiológico com um vírus altamente transmissível. Infelizmente, é esse o cenário que vivemos atualmente na Venezuela", alertam.
Afirmam que a Venezuela "transita por uma segunda onda epidémica, consequência imediata do aumento sustentado da mobilidade desde dezembro e que se intensificou durante o carnaval, depois de ter sido decretada uma flexibilização sem critérios epidemiológicos".
"A baixa conectividade e a ampla escassez de gasolina durante 2020, na Venezuela, resultaram numa epidemia geograficamente fragmentada com menos impacto do que o esperado (...) atualmente, a frágil e limitada infraestrutura de saúde foi colapsada pela crescente demanda de hospitalizações, unidades de emergência e de terapia intensiva, do fornecimento de oxigénio e medicamentos, com o consequente e lamentável aumento da mortalidade por covid-19", explicam.
Segundo o comunicado "a intensidade da transmissão reflete-se de forma dramática no registo da maior letalidade de profissionais de saúde da região" (continente americano) e "a este panorama somamos a deteção de novas variantes do vírus que provavelmente se espalharam desde Estado Bolívar (sul do país) a quase todo o país e que complicam a dinâmica da epidemia".
Ambas academias alertam que é urgente "acelerar a vacinação" e "aumentar a capacidade de diagnóstico e a vigilância genómica" do vírus para "mitigar futuras ondas de contágio" na Venezuela.
"Se vacinarmos e evitarmos a disseminação do vírus, evitaremos o aparecimento e o impacto de novas variantes, abrindo caminho para sair da pandemia", sublinham.
Na Venezuela estão oficialmente confirmados 167.548 casos de pacientes com a covid-19. Há ainda 1.662 mortes associadas ao novo coronavírus, desde o início da pandemia.
O país recebeu meio milhão de doses de vacinas da farmacêutica estatal chinesa Sinopharm e 150 mil doses da vacina russa Sputnik V.
De acordo com a Academia de Medicina da Venezuela, o país necessita de 30 milhões de vacinas para 15 milhões de pessoas, 3,5 milhões das quais pessoal prioritário.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.862.002 mortos no mundo, resultantes de mais de 131,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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