Reino Unido corta financiamento à Oxfam após suspensão de funcionários

O Governo britânico cortou o financiamento à Oxfam depois de a organização ter suspendido dois funcionários por acusações de agressão e assédio sexual na República Democrática do Congo, foi hoje anunciado.

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Lusa
08/04/2021 12:02 ‧ 08/04/2021 por Lusa

Mundo

República Democrática do Congo

 

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"Todas as organizações que procuram ajuda do Reino Unido devem cumprir os elevados padrões de proteção necessários para garantir a segurança das pessoas com quem trabalham", disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

"Dados os recentes relatórios que põem em causa a capacidade da Oxfam para cumprir estas normas, não consideraremos a possibilidade de mais financiamento até que estas questões sejam resolvidas", acrescentou a mesma fonte.

A organização não-governamental, que trabalha em 67 países, anunciou na sexta-feira a suspensão de dois membros do pessoal como parte de uma investigação externa, que começou em novembro, sobre "alegações de abuso de autoridade, incluindo assédio e agressão sexual".

A Oxfam afirmou ter informado o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a comissão para a regulamentação das associações e comprometeu-se a continuar a manter o Governo informado.

A organização humanitária já tinha estado envolvida numa situação semelhante em 2018 por abusos sexuais cometidos no Haiti por alguns dos seus funcionários após o terramoto de 2010.

De acordo com a imprensa britânica, 22 atuais e antigos funcionários enviaram uma carta de 10 páginas à direção da Oxfam em fevereiro, detalhando acusações de fraude, corrupção, assédio sexual, abuso, ameaças e intimidação contra 11 pessoas na República Democrática do Congo (RDCongo).

Fontes citadas pelos jornais disseram que as acusações tinham sido comunicadas repetidamente à hierarquia desde 2015.

As revelações chegam apenas semanas depois de Oxfam ter sido declarada elegível de novo para receber financiamento público, do qual tinha sido excluída após o escândalo no Haiti.

A ONG anunciou em 2020 o encerramento de 18 escritórios e a eliminação de quase 1.500 postos de trabalho devido a uma quebra nas suas receitas causada pela pandemia de covid-19.

Segundo o 'website' da Oxfam, a organização tem estado ativa na RDCongo desde 1961 e trabalha atualmente em seis províncias, no abastecimento de água, educação e na luta contra o vírus do ébola.

Leia Também: 'Aumento de capital' do FMI não deve ter obrigações para os países

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