"É hora de nos erguermos e manter as nossas cabeças erguidas", escreveu Lai, numa carta publicada hoje na página 'online' do jornal Apple Daily, fundado por si, e dirigindo-se aos jornalistas.
"A situação em Hong Kong é cada vez mais assustadora. Mas, justamente por isso, devemos amar-nos e cuidar mais uns dos outros", acrescentou o magnata.
Julgado em nome da lei draconiana de segurança nacional que Pequim impôs a Hong Kong em junho, Jimmy Lai, 73 anos, está atualmente em prisão preventiva, tendo sido este o primeiro sinal público desde a sua detenção, em dezembro.
Os advogados do magnata, conhecidos pela sua frontalidade, tentaram garantir a sua libertação sob fiança, prometendo que o empresário ficaria em prisão domiciliária e sem contacto com os 'media' e sem presença nas redes sociais.
Contudo, os tribunais chineses rejeitaram as propostas, alegando as regras da nova lei de segurança nacional e considerando que Lai ainda representava uma ameaça.
Na carta enviada aos seus jornalistas, Lai disse que defender a liberdade de expressão é "um trabalho perigoso, neste momento" e pediu aos repórteres para serem "extremamente cautelosos", procurando "não correr riscos", embora fazendo o seu trabalho.
"Enquanto não ficarmos cegos por tentações injustas, enquanto não permitirmos que o diabo abra caminho até nós, estaremos a cumprir as nossas obrigações", escreveu Jimmy Lai, que descreveu a sua vida na prisão como "pacífica", explicando que tem passado o tempo a ler livros e a rezar.
Jimmy Lai é acusado de ter pressionado países estrangeiros a adotarem sanções contra Hong Kong e contra a China, o que de acordo com a nova lei de segurança nacional constitui um crime de "conluio com forças estrangeiras".
O magnata da imprensa também é criticado por ajudar um dos fugitivos que tentou, sem sucesso, sai da cidade no verão passado.
No início de abril, Lai foi um dos nove ativistas condenados por organizar um dos maiores protestos pró-democracia em Hong Kong, em 2019.
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