De acordo com as várias fontes, combatentes do grupo Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP, sigla em inglês) tomaram de assalto Damask, na fronteira com o Niger, pelas 18:00 de Lisboa, a bordo de vários camiões equipados com metralhadoras, atacando uma base e um posto militares, dando origem a intensas trocas de tiros.
"Um grupo atacou a base militar, levando as tropas a ripostar, enquanto um segundo grupo atacava uma posição militar na periferia, conseguindo tirar os soldados de lá. O terceiro grupo 'infiltrou-se' na cidade pelo norte e incendiou uma esquadra", segundo fonte militar.
Sem terem conseguido invadir a base militar, os jihadistas recuaram e entraram na cidade, atirando esporadicamente enquanto os habitantes se trancavam em casa. "Tudo o que ouvimos são tiros e gritos dos insurgentes", contou um habitante.
Na segunda-feira, rumores de um ataque iminente tinham-se espalhado na cidade, já que os jihadistas foram vistos em vários camiões armados na localidade de Geidam Chukun, a quatro quilómetros de Damasak.
Damasak tem sido repetidamente alvo de combatentes jihadistas, que tentaram várias vezes, em vão, invadir a base militar da cidade. No sábado, um ataque jihadista contra as instalações humanitárias de Damasak provocou pelo menos quatro mortos e quatro feridos, segundo fontes militares e humanitárias.
Desde o início da rebelião do grupo terrorista islâmico Boko Haram no nordeste da Nigéria, em 2009, o conflito fez quase 36 mil mortos e dois milhões de deslocados.
Em 2016, o grupo separou-se, ficando a fação histórica de um lado e a Iswap, reconhecida pelo Estado Islâmico, do outro.
Há três anos, em 01 de março de 2018, os combatentes do Iswap atacaram uma base da ONU em Rann, uma cidade do nordeste da Nigéria, matando três funcionários e raptando outro.
Em 01 de março deste ano, os jihadistas do Iswap atacaram a cidade de Dikwa, matando seis civis e forçando os trabalhadores humanitários a retirarem-se.
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