O relatório da UNAMA documenta um total de 1.783 vítimas civis (573 mortos e 1.210 feridos) nos confrontos entre janeiro e março, um aumento de 29%, que se atribui a combates terrestres, a bombas improvisadas (IED) e aos assassínios dirigidos que ocorrem quase diariamente.
Estes ataques seletivos, dirigidos principalmente contra ativistas, académicos, jornalistas ou políticos, são responsáveis por 19% do total de vítimas (177 mortos e 160 feridos).
O relatório assinala igualmente um aumento de 37% no número de mulheres mortas e feridas e uma subida de 23% no de menores, em comparação com os dados do primeiro trimestre de 2020.
"O número de civis afegãos mortos e mutilados, especialmente mulheres e crianças, é muito preocupante. Exorto as partes a encontrarem urgentemente um modo de parar esta violência", disse a representante especial da ONU para o Afeganistão, Deborah Lyons, citada pela agência noticiosa espanhola EFE.
Especificamente, 61% das vítimas civis são atribuídas a grupos antigovernamentais, como os talibãs (43%), o 'jihadista' Estado Islâmico (5%) e outros indeterminados (12,5%).
As forças governamentais foram responsáveis por 27% do total de vítimas civis durante o primeiro trimestre e as restantes 12% terão sido causadas por disparos que não foram atribuídos a nenhum grupo.
O aumento ocorre quando decorrem no Qatar conversações de paz entre o governo afegão e os talibãs, iniciadas em setembro e que visam acabar com quase duas décadas de guerra no país.
"Todas as oportunidades para a paz devem ser aproveitadas", insistiu Lyons, alertando que "se os níveis de violência não forem reduzidos de imediato, milhares de civis afegãos continuarão a ser mortos e feridos".
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