Mais 29% de vítimas civis no Afeganistão primeiro trimestre de 2021

O número de vítimas civis do conflito afegão aumentou 29% no primeiro trimestre de 2021 face ao mesmo período do ano passado, apesar do processo de paz em curso, indicou hoje a Missão de Assistência da ONU no Afeganistão.

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Lusa
14/04/2021 12:54 ‧ 14/04/2021 por Lusa

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ONU

O relatório da UNAMA documenta um total de 1.783 vítimas civis (573 mortos e 1.210 feridos) nos confrontos entre janeiro e março, um aumento de 29%, que se atribui a combates terrestres, a bombas improvisadas (IED) e aos assassínios dirigidos que ocorrem quase diariamente.

Estes ataques seletivos, dirigidos principalmente contra ativistas, académicos, jornalistas ou políticos, são responsáveis por 19% do total de vítimas (177 mortos e 160 feridos).

O relatório assinala igualmente um aumento de 37% no número de mulheres mortas e feridas e uma subida de 23% no de menores, em comparação com os dados do primeiro trimestre de 2020.

"O número de civis afegãos mortos e mutilados, especialmente mulheres e crianças, é muito preocupante. Exorto as partes a encontrarem urgentemente um modo de parar esta violência", disse a representante especial da ONU para o Afeganistão, Deborah Lyons, citada pela agência noticiosa espanhola EFE.

Especificamente, 61% das vítimas civis são atribuídas a grupos antigovernamentais, como os talibãs (43%), o 'jihadista' Estado Islâmico (5%) e outros indeterminados (12,5%).

As forças governamentais foram responsáveis por 27% do total de vítimas civis durante o primeiro trimestre e as restantes 12% terão sido causadas por disparos que não foram atribuídos a nenhum grupo.

O aumento ocorre quando decorrem no Qatar conversações de paz entre o governo afegão e os talibãs, iniciadas em setembro e que visam acabar com quase duas décadas de guerra no país.

"Todas as oportunidades para a paz devem ser aproveitadas", insistiu Lyons, alertando que "se os níveis de violência não forem reduzidos de imediato, milhares de civis afegãos continuarão a ser mortos e feridos".

Leia Também: EUA, França, Reino Unido e Alemanha discutem Afeganistão, Ucrânia e Irão

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