EMA está a investigar vacina da J&J, remete decisão para a próxima semana

Agência Europeia do Medicamento (EMA) garante estar a investigar os casos reportados e decidirá, em breve, se aplicará alguma medida na União Europeia, sublinhando, porém, que os benefícios superam os riscos.

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© Timothy D. Easley/Pool via REUTERS

Anabela Sousa Dantas com Lusa
14/04/2021 15:10 ‧ 14/04/2021 por Anabela Sousa Dantas com Lusa

Mundo

Covid-19

Depois da decisão das autoridades norte-americanas em suspender temporariamente a administração da vacina da Johnson & Johnson, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) deu indicação de estar a acompanhar o caso, remetendo uma decisão para a semana.

"A Agência Europeia do Medicamento está a investigar todos os casos reportados e vai decidir se será necessária alguma medida. A agência está a trabalhar em conjunto com a FDA (regular do medicamento norte-americano) e outros reguladores internacionais", indicaram, acrescentando que a avaliação está a ser feita de forma célere e dever-se-á esperar uma recomendação para a próxima semana.

A agência salientou, porém, que os riscos relacionados com a vacina contra a Covid-19 da Janssen superam os riscos, após casos de coágulos sanguíneos nos Estados Unidos.

"Enquanto a sua revisão está em curso, a EMA continua a considerar que os benefícios da vacina na prevenção da covid-19 superam os riscos de efeitos secundários", declara o regulador europeu.

"Os pareceres científicos da agência fornecem aos Estados-membros da União Europeia a informação de que necessitam para tomar decisões sobre a utilização de vacinas nas suas campanhas nacionais de vacinação", recorda ainda a EMA, falando sobre a vacina aprovada pelo regulador no passado dia 11 de março e que só chegou esta semana ao espaço comunitário.

Na terça-feira, as autoridades de saúde dos Estados Unidos recomendaram "uma pausa" na administração da vacina anti-Covid-19 da Janssen, para permitir investigar relatos de coágulos sanguíneos potencialmente associados à toma do fármaco.

O Centro para Controlo e Prevenção de Doenças e a Food and Drug Administration (entidade reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos) avançaram, numa declaração conjunta, estar a investigar coágulos sanguíneos detetados em seis mulheres nos dias a seguir a terem tomado a vacina desta farmacêutica, em combinação com contagens de plaquetas reduzidas.

A chegada a Portugal das primeiras 30 mil doses da vacina da Janssen estava prevista para hoje, mas a Johnson & Johnson anunciou que iria atrasar o envio do fármaco para a Europa devido à suspensão preventiva nos Estados Unidos.

A campanha de vacinação da UE tem sido marcada por grandes atrasos na entrega de vacinas por parte da AstraZeneca e pelos efeitos secundários do seu fármaco, dada a confirmada ligação a casos muito raros de formação de coágulos sanguíneos.

Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE: Pfizer/BioNTech, Moderna, Vaxzevria (novo nome da vacina da AstraZeneca) e Janssen.

A Comissão Europeia anunciou hoje a aquisição adicional de 50 milhões de doses de vacinas anti-covid da BioNTech/Pfizer, elevando para 250 milhões o total para entrega neste segundo trimestre, após problemas com o fármaco da Janssen.

Também hoje, o executivo comunitário divulgou que a União Europeia atingiu as 100 milhões de doses de vacinas administradas contra a covid-19 pelos países europeus, num total de mais de 126 milhões de doses recebidas, equivalendo a 7,5% dos adultos europeus totalmente inoculados.

Leia Também: AO MINUTO: Rt nacional sobre para 1,06; Dinamarca suspende AstraZeneca

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