Combatentes do grupo Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap, sigla em inglês) lançaram uma nova ofensiva a uma base militar em Damask, na fronteira com o Níger, sendo este o quarto ataque na cidade desde sábado, segundo fontes citadas pela agência France-Presse (AFP).
Os ataques anteriores, no sábado e na terça-feira, levaram à destruição de instalações humanitárias e provocaram pelo menos quatro mortos, incluindo um soldado.
Já na noite de terça-feira, foi incendiada uma esquadra da polícia, uma vez que não conseguiram assumir o controlo da base militar local, referem as mesmas fontes.
Desde sábado que muitos residentes fugiram da cidade à procura de refúgio na capital regional, Maiduguri, assim como na cidade de Diffa, no vizinho Níger, embora uma parte da população se tenha mantido no local.
O mais recente ataque dos 'jihadistas', na quarta-feira, com recurso a vários camiões equipados com metralhadoras, fez com que os últimos residentes restantes fugissem através da fronteira.
"Os residentes estão atualmente a mudar-se para o Níger devido à insegurança na cidade", disse um oficial local, que falou sob condição de anonimato.
Já um residente, no vídeo enviado à AFP, anunciou a intenção de se refugiar "noutro país".
Segundo a agência francesa, o vídeo mostra centenas de civis a carregarem pertences, a pé e em burros, atravessando uma estrada no mato.
"A única opção que resta é ir para Diffa, para onde a maioria dos nossos familiares fugiram nos últimos dois dias", acrescentou.
Desde o início da rebelião do grupo terrorista islâmico Boko Haram no nordeste da Nigéria, em 2009, o conflito fez quase 36 mil mortos e dois milhões de deslocados.
Em 2016, o grupo separou-se, ficando a fação histórica de um lado e a Iswap, reconhecida pelo Estado Islâmico, do outro.
Há três anos, em 01 de março de 2018, os combatentes do Iswap atacaram uma base da Organização das Nações Unidas (ONU) em Rann, uma cidade do nordeste da Nigéria, matando três funcionários e raptando outro.
Em 01 de março deste ano, os 'jihadistas' do Iswap atacaram a cidade de Dikwa, matando seis civis e forçando os trabalhadores humanitários a retirarem-se.
Leia Também: Raparigas raptadas em 2014 na Nigéria continuam desaparecidas