Representante de Pequim ameaça retaliação contra interferências externas

O representante do Governo central da China em Hong Kong advertiu hoje as "forças externas" para que não interfiram nos assuntos-chave da segurança nacional na região semiautónoma, ou serão alvo de retaliação.

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Lusa
15/04/2021 09:26 ‧ 15/04/2021 por Lusa

Mundo

Hong Kong

Os Estados Unidos, Reino Unido e os seus aliados condenaram o controlo cada vez mais rígido da China sobre as liberdades em Hong Kong, incluindo uma ampla lei de segurança nacional e reformas eleitorais que praticamente silenciaram a oposição no território.

"Quando chegar a altura certa, devem ser tomadas medidas, em relação a quaisquer forças externas ou estrangeiras que possam interferir nos assuntos de Hong Kong, ou a tentativas de usar Hong Kong como um peão", disse Luo Huining, diretor do gabinete de ligação do Governo central em Hong Kong.

"Vamos propor fortes objeções e ensinar-lhes uma lição", afirmou, na cerimónia de abertura do Dia da Educação para a Segurança Nacional de Hong Kong.

Críticos dizem que a repressão de Pequim - com o objetivo de conter a dissidência após meses de protestos antigovernamentais em 2019 - corroeu as liberdades prometidas a Hong Kong quando a cidade retornou à soberania chinesa, a partir do Reino Unido.

A maioria dos proeminentes ativistas e defensores da democracia na cidade está atualmente a enfrentar acusações, na prisão ou exilados no exterior.

Luo disse que todos em Hong Kong precisam respeitar a responsabilidade legal de garantir a segurança nacional na cidade.

"As autoridades centrais nunca permitirão atos que vão além dos limites em assuntos de segurança nacional e do sustento das pessoas", avisou.

A líder de Hong Kong, Carrie Lam, descreveu os protestos de 2019, que às vezes eclodiram em violência, como "quase atividades terroristas".

A líder também considerou os esforços dos defensores da independência e autodeterminação de Hong Kong um enorme risco à segurança, já que o objetivo era arrebatar o poder do executivo local.

"Se isto não for interrompido, então a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento serão afetados. Portanto, esta é uma crise sem precedentes", disse.

"A Lei de Segurança Nacional em Hong Kong restaurou imediatamente a estabilidade na sociedade", apontou.

Lam também disse que os funcionários públicos em Hong Kong têm uma responsabilidade importante na salvaguarda da segurança nacional.

Nas escolas, os alunos foram incentivados a participar de atividades, incluindo paredes de mosaico sobre a segurança nacional, com fotos dos rostos dos alunos, para ensinar que as pessoas devem trabalhar coletivamente para proteger a sua pátria.

As autoridades incentivaram as escolas a realizar cerimónias de hasteamento de bandeiras, a tocar o hino nacional e a distribuir brochuras que enfatizem a importância da segurança nacional.

Leia Também: Hong Kong: Jimmy Lai pede a jornalistas para manterem "cabeça erguida"

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