NATO "apoia" e "mantém-se solidária" com sanções de EUA à Rússia

A NATO disse hoje "apoiar" e "manter-se solidária" com a decisão dos Estados Unidos de sancionar Moscovo e de expulsar 10 diplomatas russos, apelando a que a Rússia pare "imediatamente" com o seu "comportamento desestabilizador".

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Lusa
15/04/2021 14:13 ‧ 15/04/2021 por Lusa

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"Os Aliados da NATO apoiam e mantêm-se solidários com os Estados Unidos, depois do anúncio a 15 de abril de ações para responder às atividades desestabilizadoras da Rússia. Os Aliados estão a tomar medidas individuais e coletivas para reforçar a segurança coletiva da Aliança", lê-se numa mensagem do Conselho do Atlântico Norte, publicada poucos minutos depois de os Estados Unidos terem anunciado as sanções.

Referindo que "a Rússia continua a mostrar um padrão sustentado de comportamentos desestabilizadores", que inclui "a violação da soberania e da integridade territorial da Ucrânia e da Geórgia" e a "não implementação e contorno de numerosas obrigações e compromissos internacionais", a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) diz também que a Rússia "tem tentado interferir" em eleições dos Aliados, levando a cabo "campanhas de desinformação generalizadas" e "ciberatividades maliciosas".

No que se refere ao ataque de pirataria informática que está por detrás das ações hoje adotadas pelos Estados Unidos, a Aliança frisa que "todas as provas disponíveis apontam para a responsabilidade da Rússia".

O comunicado do Conselho do Atlântico Norte aborda ainda a detenção e tratamento de Alexei Navalny, referindo que "condena" o ataque perpetrado "com um agente químico do grupo Novichok" contra o opositor russo, e mostra também "preocupação" com os "relatos de que a Rússia encorajou ataques contra forças dos Estados Unidos e da NATO no Afeganistão".

Perante estas "ações da Rússia que constituem uma ameaça para a segurança euro-atlântica", a NATO diz que os Aliados irão "continuar a trabalhar em consultação estreita" para definir uma resposta conjunta face a Moscovo.

"Apelamos à Rússia para parar imediatamente com o seu comportamento desestabilizador, respeitar as suas obrigações internacionais -- tal como os Aliados respeitam as suas -, incluindo no que se refere aos controlos existentes de armamento, desarmamento e compromissos e acordos de não-proliferação", afirma o Conselho do Atlântico Norte.

Apesar disso, a NATO afirma que se mantém "aberta a diálogos periódicos, focados e significativos" com o Kremlin, e em perseguir "uma relação construtiva com a Rússia quando as ações da Rússia o tornam possível".

O comunicado do Conselho do Atlântico Norte surgiu minutos depois de os Estados Unidos terem anunciado que iam expulsar 10 diplomatas russos e impor uma série de sanções a Moscovo, em retaliação à interferência do Kremlin nas eleições presidenciais americanas de 2020 e ao escândalo de pirataria ligado à empresa Solar Winds, que a administração de Joe Biden diz ter sido perpetrado pela Rússia.

Trata-se das primeiras ações norte-americanas contra a Rússia após o ataque informático que foi descoberto em dezembro de 2020, mas que se suspeita ter começado em março do mesmo ano, e que permitiu que 'hackers' [piratas informáticos] infiltrassem agências federais norte-americanas durante vários meses.

Desde janeiro e da chegada à Presidência dos Estados Unidos de Joe Biden, as relações entre Moscovo e Washington têm vindo a degradar-se. O embaixador da Rússia nos Estados Unidos foi chamado depois do novo Presidente norte-americano ter considerado que o seu homólogo russo era um "assassino".

Neste contexto, Joe Biden telefonou na terça-feira ao seu homólogo russo para lhe propor uma cimeira num país terceiro. Putin não aceitou a proposta de imediato, mas recebeu o convite com agrado.

Leia Também: Novas sanções não favorecerão uma cimeira Biden-Putin, avisa Kremlin

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