Myanmar. Políticos birmaneses depostos anunciam criação de Governo sombra

Os deputados depostos pelo golpe de Estado na Birmânia anunciaram hoje a formação de um Governo sombra que visa restabelecer a democracia e que tem como dirigente Aung San Suu Kyi e políticos que pertencem a minorias étnicas. 

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Lusa
16/04/2021 15:45 ‧ 16/04/2021 por Lusa

Mundo

Myanmar

 

O golpe militar do dia 01 de fevereiro tem sido contestado por um movimento de desobediência civil, cuja repressão já fez 720 mortos e três mil detidos.

Além do regresso da democracia, muitos manifestantes reclamam maior protagonismo político para os grupos étnicos minoritários, até agora marginalizados pela etnia maioritária Bamar.

A população da Birmânia é composta por mais de 130 grupos étnicos. 

Um grupo político de resistência, o CRPH, que integra essencialmente deputados da Liga Nacional Para a Democracia, de Aung San Suu Kyi, constituiu-se no seio de um "parlamento sombra" após o golpe de Estado.

Esse grupo anunciou hoje a formação do seu Governo sombra, a que chamou Governo de Unidade Nacional.

O grupo de oposição tem como dirigentes Aung San Suu Kyi, chefe do Executivo "de facto" na altura do golpe de Estado, e o Presidente, Win Myint, ambos depostos e colocados sob prisão domiciliária no dia da tomada do poder pela Junta Militar.

Através da plataforma digital Facebook, o líder pró democracia Min Ko Naing disse que o Governo sombra tem um vice-presidente de etnia Kachin e um primeiro-ministro de origem Karen.

"Nós organizámos um Governo que tem um grande número de grupos étnicos minoritários", acrescentou. 

Os outros "ministros" nomeados são das etnias Shan, Môn, Karen e Ta'ang.

Até ao momento não há qualquer referência ao povo rohingya, de origem muçulmana, perseguido pelos militares sem que Aung San Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz, tivesse contestado os atos cometidos e que foram considerados "genocídio" pelas Nações Unidas.

Na página do CRPH no Facebook, Min Ko Naing acrescenta que a formação do governo sombra foi elaborada a partir dos resultados das eleições 2020 contestados pelos generais atualmente no poder liderados por Min Aung Hlaing. 

Entretanto, a Junta Militar indicou que todos os que se envolverem com o CRPH podem ser acusados de "alta traição" tendo já emitido, nesse sentido, centenas de mandados de captura. 

Leia Também: Exército termina protesto de pessoal médico com tiros em Myanmar

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