"O Conselho aprovou hoje conclusões que reafirmam a importância de uma parceria sólida e de longo prazo entre a UE e o Sahel, e de reforçar essa parceria através de uma estratégia ambiciosa da UE que estabelece o quadro para as suas políticas e ações na região", lê-se num comunicado.
A nota, publicada enquanto decorre a reunião dos ministros de Negócios Estrangeiros da UE, refere que o bloco pretende "intensificar os seus esforços políticos" no Sahel através de uma "estratégia nova, ambiciosa, inclusiva e flexível" que se baseia "num princípio de responsabilidade mútua" entre as autoridades dos países em questão e a UE.
Nesse âmbito, o bloco enfatiza a "importância de um 'salto em frente civil e político'" no Sahel, que se foque "na estabilização a curto prazo" e "nas perspetivas a longo prazo de um desenvolvimento social, ambiental e económico sustentável", que permita ir "além" do "envolvimento militar".
A UE afirma ainda que a "promoção, proteção e cumprimento dos direitos humanos" irão manter-se "no centro" do apoio do bloco ao Sahel, assim como os "esforços na área da governação e do Estado de direito, a anticorrupção e a prestação de serviços públicos a todas as pessoas".
No que se refere ao combate ao terrorismo, o Conselho frisa que a "UE irá continuar a apoiar os parceiros do Sahel na luta contra grupos armados terroristas", e nos "nas reformas do setor de segurança".
Em 2011, a UE adotou uma Estratégia para o Sahel, face à "profunda crise de segurança" que "travou o desenvolvimento" dos países da região, e que, em conjunto com "as alterações climáticas, a pressão demográfica, o acesso a recursos naturais e os riscos epidémicos", ameaçava "apagar os esforços feitos nas últimas décadas".
Desde então, segundo o mesmo comunicado, a UE tem mobilizado "todos os instrumentos à sua disposição, desde ajuda humanitária a forças de segurança", para ajudar as populações do Sahel.
O apoio da UE ao Sahel faz-se sobretudo através do quadro institucional intitulado 'G5 Sahel', que abarca o Burkina Faso, o Chade, o Mali, a Mauritânia e o Níger.
Apesar disso, a Estratégia da UE para o Sahel pretende também "agir num contexto mais vasto de desafios regionais e transfronteiriços", nomeadamente atuando sobre as ligações que existem entre o "Sahel, os Estados costeiros da África Ocidental, o norte de África e a bacia do Lago Chade".
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