"Batemos o recorde", assinalou perante milhares de apoiantes concentrados na praça Skenderbeg, a mais importante do centro de Tirana, dois dias após o escrutínio.
"Obrigado pela vossa confiança para exercer um terceiro mandato", acrescentou.
Os resultados oficiais, quando estão contabilizados 95% das assembleias de voto, atribuem ao PS 48,6%, mais dez pontos face à oposição reunida em torno do Partido Democrático (PD, centro-direita).
As projeções da Comissão Eleitoral Central dão a maioria absoluta ao PS, com 74 dos 140 lugares de deputados, e que lhe permitirá continuar a governar sozinho.
O processo eleitoral foi acompanhado pela missão de observação da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE), que qualificou o processo "maioritariamente fluido e transparente", apesar de alertar para as numerosas acusações de compras de votos emitidas durante a campanha, num país dos Balcãs com instituições ainda muito frágeis e candidato desde há sete anos à entrada na União Europeia.
Após uma campanha eleitoral recheada de insultos, acusações de corrupção e violências, o voto e a contagem decorreram sem problemas e Edi Rama já prometeu cooperar com a oposição.
"Serei o primeiro-ministro de todos os albaneses", assegurou este artista e pintor de 56 anos, convidando a oposição "a trabalhar em conjunto [com o seu partido] no interesse do país".
O PD, de Lulzim Basha, que tinham reivindicado a vitória após o encerramento das urnas e sem que fossem conhecidos os resultados, admitiu a derrota na segunda-feira.
Segundo a Comissão Eleitoral Central, a coligação da principal força da oposição, que integrava uma dezena de partidos, obteve 39% dos votos (59 lugares).
O Movimento Socialista para a Integração (LSI, social-democrata e uma cisão do PS), do Presidente Ilir Meta, que se tornou num acérrimo rival de Rama, recolheu menos de 7% dos votos (quatro lugares).
A União Europeia, pela voz do seu alto representante para a Política Externa, Josep Borrell, e do Comissário para o Alargamento Olivér Várhelyi, saudou a "boa organização" do voto e apelou aos partidos para "seguirem o princípio democrático que consiste em respeitar o resultado das eleições".
No entanto, também apelaram num comunicado comum a um "inquérito aprofundado" sobre as alegações de compra de votos.
"Qualquer presumível irregularidade deve ser imediatamente transmitida à Comissão Eleitoral Central e às restantes autoridades competentes", defenderam.
Com cerca de 2,8 milhões de habitantes, uma superfície semelhante à do Alentejo e maioria de população muçulmana, membro da NATO e aspirante à União Europeia (Bruxelas anunciou ao início das negociações de adesão mas sem fixar data), a Albânia permanece um dos países mais pobres da Europa: o salário médio ronda os 420 euros e confronta-se com uma emigração em massa, em particular entre os jovens com mais estudos, em direção a países como a Itália, Alemanha ou Estados Unidos.
O primeiro-ministro, acusado de autoritarismo e de arrogância pelos rivais, centrou a campanha na necessidade de garantir mais tempo para terminar os projetos de infraestruturas bloqueados pela pandemia e prosseguir a reconstrução de milhares de casas destruídas pelo forte sismo de 2019.
Os adversários acusam-no de ligações ao crime organizado, fraude nas anteriores legislativas de 2017, controlo absoluto sobre a economia e as instituições. Alegações que o primeiro-ministro tem sistematicamente desmentido.
A generalidade dos partidos já prometeu envolver-se nas reformas exigidas pela UE antes do início formal das negociações de adesão, com prioridade para a reforma do sistema judicial e o combate à criminalidade organizada.
Para diversas organizações não-governamentais internacionais, a Albânia, situada no sul dos Balcãs, inclui-se entre os países mais corruptos da Europa.
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