"Já começamos a notar alguma pressão, sobretudo nos hospitais centrais, mas ainda com alguma capacidade de resposta", afirmou o governante, indicando que o número de óbitos associados à doença em abril foi "praticamente o dobro" em relação a março.
Arlindo do Rosário falava num debate na Cimeira das Regiões de Saúde 2021, em que participou por videoconferência, uma iniciativa do Fórum Hospital do Futuro, em parceria com o Governo Regional da Madeira, que decorre no Funchal até quarta-feira.
"Neste momento, nós estamos a atravessar, talvez, o período mais grave desde o início da pandemia, em 19 de março de 2020", disse o ministro cabo-verdiano, indicando que o país regista um total acumulado de 22.586 casos e 208 óbitos.
O governante sublinhou que a taxa de recuperação dos infetados é "muito alta" - cerca de 90% - e a taxa de letalidade é "relativamente aceitável" - cerca de 1% -, embora suba para 5% na faixa etária acima dos 70 anos.
"Há alguma pressão sobre as estruturas de saúde, sem dúvida", admitiu.
Arlindo do Rosário considerou que a vacinação irá diminuir o impacto da pandemia em Cabo Verde, mas alertou para o "problema" da aquisição e da disponibilidade de vacinas ao nível mundial.
"É um processo que está sendo implementado", adiantou, referindo que a maior parte das pessoas com mais de 70 anos já foi vacinada, bem como todos os profissionais de saúde dos setores público e privado.
O ministro da Saúde cabo-verdiano destacou, por outro lado, o plano de recuperação do país, designado "Agenda 2030", que assenta em eixos como crescimento económico, aceleração da reforma do setor empresarial do Estado e reestruturação da dívida do Estado.
"Cabo Verde tem sido um país, apesar de tudo, com alguma resiliência e acredito que nós iremos avançar", declarou, num debate em que participaram também o secretário regional da Saúde e Proteção Civil da Madeira, Pedro Ramos, e os ex-ministros de Saúde de Portugal Adalberto Campos Fernandes e Luís Filipe Pereira.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.122.150 mortos no mundo, resultantes de mais de 147,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.970 pessoas dos 834.991 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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