Segundo os dados definitivos hoje divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), o Movimento para a democracia (MpD) conseguiu 109.574 votos (48,8%) e elegeu 38 dos 72 deputados do parlamento cabo-verdiano.
Em relação às anteriores legislativas, o partido liderado por Ulisses Correia e Silva perdeu dois deputados e venceu em nove dos 13 círculos eleitorais (há cinco anos venceu em 11).
O MpD venceu em todos os círculos eleitorais do país, exceto na ilha do Fogo, que voltou a ser ganha pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), que também conquistou os três círculos na diáspora.
O PAICV conquistou 87.035 votos (38,5%) e elegeu 30 deputados, enquanto a União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) 19.885 votos (8,8%) conseguiu quatro deputados, mais um do que na última legislatura, e novamente todos em São Vicente.
O Partido do Trabalho e da Solidariedade (0,9%), o Partido Popular (0,3%) e o Partido Social Democrata (0,1%) foram os outros partidos concorrentes e voltaram a não eleger qualquer deputado ao parlamento de Cabo Verde.
O último círculo eleitoral a ser apurado na totalidade foi a Europa e o Resto do Mundo, que tem dois deputados, e que foram repartidos novamente entre o MpD e o PAICV.
A CNE informou que concluiu hoje o apuramento dos resultados no estrangeiro, cujos editais encontram-se afixados à porta da instituição, em Achada Santo António, na cidade da Praia.
Também indicou ter concluído o apuramento nos 10 círculos no território nacional, não tendo registado até agora reclamação com relação aos resultados.
A CNE adiantou ainda que o mapa com o resultado total das eleições dos deputados à Assembleia Nacional será publicado dentro do prazo legal, cujo término será em 02 de maio.
Quando já foram apurados os resultados de totalidade das mesas de voto no país e na diáspora, regista-se uma taxa de abstenção global de 42,5%, um aumento em relação às eleições de há cinco anos, que foi de 34,2%.
Depois de falhar pela segunda vez a vitória do PAICV (perdeu em 2016 para o MpD após 15 anos no poder), a líder do atual maior partido da oposição cabo-verdiana, Janira Hopffer Almada, anunciou que se vai demitir-se do cargo.
O ciclo eleitoral em Cabo Verde começou em outubro de 2020 com as eleições autárquicas, prosseguindo em 18 de abril com as legislativas e termina em 17 de outubro com a primeira volta para as presidenciais, às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, por ter atingido os dois mandados legalmente previstos.
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