A informação está referida num relatório de atualização da resposta às cheias preparado pelo gabinete do residente coordenador das Nações Unidas em Díli, Timor-Leste, e que detalha o que tem sido feito pelo Governo, parceiros internacionais e comunidade.
"Nos dias 27 e 28 de abril, dois bebés (de quatro e oito meses) morreram devido ao que se suspeita seja diarreia e infeção respiratória aguda na zona de Masilidun, Tasi Tolu", refere o relatório enviado à Lusa.
"A equipa de reação rápida do Ministério da Saúde está a realizar uma investigação incluindo testes laboratoriais à qualidade da água nas zonas afetadas", refere.
O relatório considera urgente que sejam tomadas medidas de prevenção de infeções respiratórias agudas, de doenças transmitidas pela água, doenças transmitidas por vetores (em particular dengue) e doenças cutâneas.
É ainda urgente, considera, "prevenir a propagação da covid-19 em locais de acolhimento e entre pessoas deslocadas temporariamente" e, devido à repor o 'stock' de medicamentos e consumíveis perdidos devido às cheias.
O relatório refere que, globalmente, os parceiros de desenvolvimento, tanto a nível bilateral como multilateral, comprometeram já 10,5 milhões de dólares (8,65 milhões de euros), com o Governo a reforçar, através de um orçamento retificativo, os fundos disponíveis para responder aos efeitos da calamidade.
Dados atualizados indicam que as cheias provocaram 31 mortos e 10 desaparecidos e afetaram 31.337 famílias em todo o país, com quase 4.000 pessoas ainda em centros temporários de acolhimento.
Mais de 2.160 hectares de zonas agrícolas foram afetados em vários pontos do país, nota o documento.
Entre as principais carências, o relatório destaca a questão da segurança alimentar das populações, especialmente as mais vulneráveis, e a falta de condições de água, saneamento e higiene.
Os transportes limitados para o enclave de Oecusse estão também a fazer aumentar as carências de alguns bens e a fazer aumentar os preços, com as cercas sanitárias a condicionar o fornecimento de bens a vários outros pontos do país.
No que toca à nutrição, o relatório manifesta alguma preocupação pela oferta às populações afetadas de substitutos de leite materno, comidas processas e com elevado conteúdo de açúcar, sal e gordura.
O setor educativo também sentiu um impacto significativo devido às cheias, ainda que o balanço detalhado dos danos causados esteja ainda a ser preparado, refere a ONU, que destaca não haver ainda financiamento para essa recuperação.
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