Numa declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Paris recordou "o seu compromisso à estabilidade e integridade territorial" do Chade.
França reiterou também "a importância de que a transição seja de duração limitada" e que se "desenrole em condições pacíficas" para permitir "o rápido regresso às instituições democraticamente eleitas", referiu a nota citada pela agência France-Presse.
Paris mostrou também apoio às iniciativas da União Africana para "acompanhar o Chade neste sentido".
Desde a sua criação, na sequência da morte repentina de Idriss Déby Itno, o Conselho Militar de Transição (CMT), liderado por Mahamat Idriss Déby, filho do falecido Presidente, tem sido acusado por oposição e sociedade civil de "um golpe de Estado institucional" e de perpetuar uma "dinastia", uma vez que o antigo chefe de Estado liderou o país durante 30 anos.
No entanto, o principal opositor de Idriss Déby Itno, Saleh Kebzabo, reconheceu no domingo as novas autoridades, tendo dois membros do seu partido, a União Nacional para a Democracia e Renovação (UNDR), sido nomeados para os cargos de ministro da Pecuária e secretário-geral-adjunto do Governo.
No final de abril, o Presidente francês, Emmanuel Macron, garantiu, nas cerimónias fúnebres de Idriss Déby Itno, que morreu a combater uma rebelião no norte do Chade, o seu apoio à junta militar que tomou o poder a fim de preservar a "estabilidade" do país, um importante ator na luta contra os grupos 'jihadistas' na região do Sahel.
No entanto, poucos dias depois, o chefe de Estado francês condenou "com a maior firmeza a repressão" no Chade, após a morte de pelo menos seis pessoas em manifestações proibidas pelas autoridades.
No domingo, Mahamat Idriss Déby designou por decreto 40 ministros e secretários de Estado, tendo sido ainda anunciado um novo Ministério da Reconciliação Nacional e do Diálogo.
O novo cargo da Reconciliação Nacional e do Diálogo foi atribuído a Acheick Ibn Oumar, antigo chefe rebelde que em 2019 se tornou conselheiro diplomático da presidência.
O CMT prometeu "eleições livres e democráticas" num prazo de 18 meses. Durante este período, a Carta de Transição prevê a formação de um governo de transição, cujos membros serão nomeados e revogados pelo presidente do CMT.
Os principais partidos da oposição, e ainda sindicatos e sociedade civil, consideraram a chegada ao poder do filho de Idriss Déby Itno um "golpe de Estado institucional" e apelaram para uma "transição dirigida por civis".
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